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    mosquito aedes aegypti

    Surtos de zika e microcefalia podem 'piorar antes de melhorar', diz OMS

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    24/02/2016 20h15

    Ueslei Marcelino/Reuters
    Margaret Chan e Marcelo Castro (Saúde) visitam hospital em Recife
    Margaret Chan e Marcelo Castro (Saúde) visitam hospital no Recife

    A diretora-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Margaret Chan, disse nesta quarta-feira (24), apesar dos esforços do governo, a crise provocada pelos surtos de zika e microcefalia "pode piorar antes de melhorar".

    "Não será surpresa se aparecerem casos de microcefalia em outros Estados", afirmou, em entrevista após visita à às instalações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio.

    Em uma passagem de dois dias no país, Chan esteve com a presidente Dilma Rousseff e visitou Pernambuco, epicentro da epidemia, antes de ir à Fiocruz, para colher informações sobre a doença e acompanhar o trabalho de resposta à crise.

    Segundo ela, as evidências apontam que o vírus da zika é a causa do surto de microcefalia no país. "A zika é culpada até que se prove que ela é inocente", afirmou, dizendo que já há pesquisas em outros países, como a Polinésia e a Micronésia Francesa, para identificar se casos de microcefalia estão associados à contaminação pelo vírus da zika.

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

    Mais cedo, no Recife, Margaret havia dito que a relação entre zika e a má-formação ainda não estava clara.

    Para o governo, a associação pode ser comprovada pela análise dos surtos de zika e microcefalia no país, além de pesquisas que identificaram o vírus no tecido da placenta de mulheres infectadas, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro, que acompanhou a diretora-geral da OMS.

    Chan fez elogios à atuação do governo para responder à emergência, alegando que há um grande esforço coordenado no sentido de controlar vetor de transmissão, o mosquito Aedes aegypti, e na busca pelo desenvolvimento de uma vacina.

    "Mas o governo sozinho não vai dar conta dessa missão", alertou, conclamando a população a fazer sua parte no controle do mosquito.

    Perguntada se a OMS faria alguma recomendação sobre os riscos de gravidez durante a epidemia, ela disse que trata-se de uma decisão pessoal, mas que os governos têm de prover informações suficientes para que a população possa decidir de forma mais consciente.

    A respeito dos riscos aos turistas e atletas que virão à Olimpíada do Rio, a diretora-geral da OMS comentou que o período em que os jogos serão realizados coincide naturalmente com o período de menor incidência do mosquito e que, com os esforços para o controle, a tendência é que a população de Aedes aegypti seja ainda menor.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Clique na foto e veja o especial sobre o vírus da zika e microcefalia
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