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    Lei de Zoneamento

    'Peladões' protestam por mais áreas verdes em votação na Câmara de SP

    EMILIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    25/02/2016 19h39

    Alguns usaram tarjas pretas para esconder. Outros se enrolaram em faixas. Alguns ainda ficaram completamente nus em frente à Câmara Municipal de São Paulo em protesto contra a aprovação da Lei de Zoneamento, nesta quinta-feira (25).

    O projeto acabou aprovado pelos vereadores por volta das 19h.

    A votação não havia ainda nem terminado quando cerca de 15, de 30 manifestantes, que estavam nas galerias do plenário da Casa deixaram o prédio e tiraram as roupas. "A aprovação dessa lei deixa claro os interesses do governo. Estão vendendo a cidade para o mercado imobiliário", diz a ambientalista Henny Freitas, articuladora da Rede Novos Parques.

    Eles pedem que os vereadores levem à votação uma lei de iniciativa popular que criaria as ZERO (Zona Especial de Regeneração Orgânica).

    "Ela [projeto de lei] propõe a regeneração de bairros inteiros através da plantação de árvores onde a média de área verde por habitante seja menor à recomendada pela Organização Mundial de Saúde, de 12 metros quadrados por habitante", diz Henny, que usava duas tarjas pretas de papelão.

    Segundo os manifestantes, os novos parques propostos pelo Plano Diretor não estão protegidos pois as Zepam (Zona Especial de Proteção Ambiental) "não têm proteção especial em áreas onde já existam projetos de construção em aprovação."

    "O caminho agora é através de uma ação civil pública. Já estamos providenciando os trâmites jurídicos para entrar com a ação para judicializar a questão", afirma a ambientalista.

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    NOVA LEI

    Com 45 votos favoráveis e oito contrários, os vereadores aprovaram em definitivo a nova lei de zoneamento da cidade. O texto determina o que pode ser construído e que tipo de atividade pode existir em cada rua da cidade.

    Se for sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), a cidade passará a ter mais áreas mistas (que juntam residência e comércio), prédios mais altos nas grandes avenidas com estrutura de transporte e mais terrenos voltados à construção de moradias para a população de baixa renda —previstas inclusive em áreas verdes da cidade.

    O projeto também prevê a liberação de templos religiosos em ruas estreitas da cidade, além de liberar os chamados puxadinhos na periferia – em lotes de até 250 metros quadrados que misturem residência e comércio, passam a ser permitidos imóveis de até três pisos (comércio no térreo e mais dois andares residenciais).

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