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    Matador de Goiânia vai a júri popular pela segunda vez

    CARLA GUIMARÃES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM GOIÂNIA

    02/03/2016 07h00

    Suspeito de matar 39 pessoas em Goiânia e região metropolitana entre 2011 e 2014, o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, 27, irá pela segunda vez a júri popular, na manhã desta quarta-feira (2). Agora, o suposto serial killer será julgado pelo assassinato de Juliana Neubia Dias, 22.

    Juliana morava sozinha em Goiânia, onde cursava ciências contábeis e trabalhava como auxiliar administrativa em uma construtora. Na noite de 25 de julho de 2014, ela estava no carro com o namorado, Mauro Stone, e a amiga Layane Souza, 24, quando, em um semáforo, um homem de capacete parou sua motocicleta, desceu e efetuou dois tiros que atingiram a região auricular e o pescoço de Juliana.

    "Ouvi um barulho muito grande, como se tivessem jogado uma bomba. Quando eu olhei para o lado, ele estava em pé ainda, com a arma apontada para o carro. Eu me abaixei e logo em seguida ele disparou a arma novamente, ainda em direção à Juliana", disse Layane.

    Juliana foi levada a um hospital, mas não sobreviveu. Meses depois, já preso, Rocha confessou o homicídio e apontou a estudante como sua 35ª vítima. O vigilante é acusado de homicídio duplamente qualificado –por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Se for condenado, a pena será de 12 a 30 anos de reclusão.

    "Espero que ele seja condenado. Se ele sair, vai fazer de novo o que ele fez", afirma Bruna Oliveira, 23, prima de Juliana. Segundo ela, a mãe da estudante está muito abalada com a proximidade do julgamento e tem depressão desde a morte da filha.

    O julgamento, marcado para as 8h30, será no auditório do 2º Tribunal do Júri, em Goiânia, mesmo local onde ocorreu o primeiro júri popular de Rocha, em 16 de fevereiro, no qual Rocha foi condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato da estudante Ana Karla Lemes da Silva. A sessão é aberta ao público.

    Mauro Stone foi arrolado como testemunha de acusação e deverá ser ouvido em plenário. A defesa, segundo o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, não apresentou testemunhas.

    RITO

    Após abrir a instrução em plenário, o primeiro passo será inquirir a testemunha. Depois, Tiago Rocha será interrogado e, em seguida, há a fase dos debates. Depois que o promotor e a defesa falarem, o auditório é esvaziado para que os jurados iniciem a votação, secreta. A apuração é por maioria.

    O júri é composto por sete pessoas, que serão sorteadas entre as 25 que estarão presentes por comporem uma lista do tribunal e terem sido sorteadas previamente. Segundo o juiz, um exame de microbalística apontou que o cartucho que atingiu Juliana saiu de uma arma de Tiago.

    Procurado pela Folha, o advogado de defesa Herick Souza disse que não iria se pronunciar sobre o julgamento.

    OUTROS CASOS

    No Tribunal de Justiça de Goiás, Rocha é acusado de 32 homicídios cometidos entre novembro de 2011 e agosto de 2014. Ele já foi condenado a 20 anos de reclusão pelo assassinato de Ana Karla Lemes da Silva, 15. A defesa e o Ministério Público recorreram da sentença.

    Por assalto a uma agência lotérica, o vigilante foi condenado ainda a 12 anos e 4 meses de reclusão, e, por porte ilegal de arma, a três anos de reclusão em regime aberto, convertidos em multa e prestação de serviços. Os julgamentos dos crimes de que o vigilante é acusado são individuais, e as penas se somam.

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