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    mosquito aedes aegypti

    Cidades campeãs de dengue em SP não têm boa gestão do lixo

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    05/03/2016 02h00

    As cidades paulistas que lideram as notificações de dengue neste ano não fazem uma gestão eficiente do lixo –tradicional foco de criadouros do mosquito Aedes aegypti.

    Mesmo que esse fator não seja suficiente para explicar uma epidemia, a análise do mapa da gestão de resíduos sólidos no Estado indica como esse tema é negligenciado pelas prefeituras —podendo contribuir com a expansão da doença e ser um obstáculo a mais para contê-la.

    Entre as 34 cidades que mais tiveram casos de dengue notificados em janeiro, nenhuma recebeu nota considerada boa em gestão do lixo, conforme índice calculado pelo governo paulista.

    Os dados são de 2013, os mais recentes disponíveis. Encabeçam a lista das campeãs de dengue no Estado sem boa eficiência dos resíduos sólidos Ribeirão Preto (nota considerada mediana), São José do Rio Preto (mediana) e Presidente Prudente (ineficiente). Procuradas, elas não se manifestaram nesta sexta (4).

    Terceira nos casos da doença, São José dos Campos não teve a gestão do lixo avaliada. A capital paulista está entre as consideradas ineficientes.

    CASOS DE DENGUE

    Para fazer a nota das cidades, a secretaria estadual de Meio Ambiente usa dados de questionário preenchido pelas prefeituras –um terço das quais não prestou contas.

    "A relação entre gestão de lixo e dengue é direta", diz Carlos Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe (associação brasileira de empresas de limpeza e resíduos).

    O mapa da gestão do lixo do Estado de SP revela um quadro preocupante em meio ao avanço do aedes –que, além da dengue, pode transmitir zika e chikungunya.

    Apenas 1% das prefeituras avaliadas tiveram notas positivas, acima de 8. São considerados aspectos como existência de coleta seletiva e compostagem do lixo orgânico, resíduos da construção civil, poda de mato e qualidade dos aterros ou lixões.

    O Relatório Estadual de Qualidade Ambiental de 2015 considera que 35% dos municípios tiveram gestão mediana do lixo e 28%, ineficiente.

    São Paulo ainda não está livre de lixões ou aterros considerados inadequados, ao contrário do que prevê a política nacional de resíduos sólidos.

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

    Para Eduardo Trani, coordenador da CPLA (Coordenadoria de Planejamento Ambiental), ligada à secretaria de Meio Ambiente, a situação "está muito boa" na parte da qualidade dos aterros, que é responsabilidade do Estado.

    Em janeiro, SP teve 35.194 casos notificados de dengue –embora 11% menos do que no mesmo mês de 2015, há temor de uma epidemia maior neste ano, agravada pelo zika.

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