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    Linha 2-verde do metrô de SP tem panes com novo sistema

    MARIANA ZYLBERKAN
    DO "AGORA"

    10/03/2016 02h00

    O novo sistema que regula o funcionamento dos trens da linha 2-verde do metrô tem apresentado uma série de falhas, segundo funcionários. Desde 11 de fevereiro, quando o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação, da sigla em inglês) passou a funcionar todos os dias, a linha já registrou panes graves cinco vezes.

    Metroviários ouvidos pela reportagem dizem que a adaptação do sistema antigo para o novo é a causa dessas panes, que colocam em risco passageiros e funcionários.

    O governo do Estado comprou o sistema em 2008, por R$ 700 milhões, da multinacional francesa Alstom. O contrato prevê que as linhas 1-azul e 3-vermelha também terão o novo sistema, mas só depois da instalação por completo na 2-verde.

    Rubens Cavallari/Folhapress
    Trens da linha verde do Metrô estão funcionando com novo sistema
    Trens da linha verde do Metrô estão funcionando com novo sistema

    O CBTC foi anunciado pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) como a evolução do sistema metroviário, com a promessa de reduzir o intervalo entre trens, agilizando o transporte de passageiros.

    O sistema estava em fase de testes. Por quatro anos, foi implantado gradativamente e funcionava aos finais de semana. O governo previa que entrasse em vigor todos os dias em 2010, mas sucessivas falhas no programa de computador atrasaram a implantação.

    Desde o início da operação total, no dia 11, funcionários registraram falhas graves em horários de pico (quando o metrô está mais lotado). Houve paralisação dos trens por 40 minutos entre as estações Consolação e Trianon-Masp, no último dia 25.

    A reportagem estava na estação Consolação na ocasião e ouviu dos alto-falantes, às 17h50, de que se tratava de uma "falha no sistema CBTC".

    Funcionários dizem, também, que os trens costumam "sumir" das telas, o que ocorreu nos dias 22 e 23.

    No dia 24, na estação Vila Prudente (ponto final), um trem passou da plataforma, segundo os relatos. O condutor acionou o freio e a composição parou a 30 m da plataforma _a 50 m de bater no paredão do fim da linha.

    Para o presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, o metrô erra na forma de implantação do CBTC. "O futuro que prometem não chegou."

    METRÔ REFUTA

    O diretor de operações do metrô de São Paulo, Mário Fioratti Filho, afirmou que o sistema CBTC não é a causa das falhas citadas e que ele estava em plenas condições de entrar em funcionamento, por isso foi implantado na linha 2-verde.

    "O problema que causou a paralisação dos trens ocorreu diversas vezes no sistema antigo", disse Fioratti Filho.

    O diretor negou que haja "desaparecimento" dos trens no sistema de monitoramento. O novo sistema, segundo ele, diminui em 20% o intervalo entre os trens.

    ALSTOM NÃO RESPONDE

    A multinacional francesa Alstom afirmou que as perguntas sobre a instalação do sistema CBTC deveriam ser respondidas pelo metrô. A empresa foi contratada pelo governo para implantar o sistema nas linhas do metrô.

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