Suzane von Richthofen foi beneficiada com saída temporária pela primeira vez desde que foi condenada, em 2006, pela morte dos pais, ocorrida quatro anos antes. Ela cumpre a pena de 39 anos de prisão em regime semiaberto, na penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1 feminina de Tremembé (SP), desde outubro passado.
A autorização para a saída temporária de Páscoa foi concedida pela juíza Sueli Zeraik, responsável pelo Deecrim (Departamento Estadual de Execução Criminal) da 9ª Região Administrativa Judiciária (RAJ São José dos Campos).
O benefício geralmente é concedido a presos que estão em regime semiaberto, mas em dezembro passado a Justiça havia negado a Suzane a saída temporária de Natal.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, a saída foi autorizada agora porque a detenta conseguiu comprovar vínculo com uma pessoa que irá recebê-la em endereço fixo. Suzane passará cinco dias na casa de uma amiga e terá de voltar até as 18h de terça-feira (15) ao presídio.
No regime semiaberto, os presos têm direito a cinco saídas temporárias ao ano (Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal/Ano Novo). A saída temporária de Páscoa deste ano foi antecipada porque a data será comemorada muito próxima do Dia das Mães.
LIBERDADE CONDICIONAL
O defensor público Ruy Freire Ribeiro Neto disse que deverá pedir a liberdade condicional de Suzane. "Suzane trabalha, tem excelente comportamento e cumpre pena desde 2002. Em razão disso, este ano vamos entrar com pedido de livramento condicional", afirmou.
Segundo ele, Suzane trabalha dentro da P1 na produção de uniformes para presos. A cada três dias trabalhado, um dia é descontado da pena.
Ribeiro Neto também aguarda decisão sobre o recurso que impetrou contra o indeferimento do pedido de Suzane para cursar ensino superior na cidade vizinha de Taubaté. "Ela passou no curso de administração da Faculdade Anhanguera, mas a Justiça não autorizou sua saída para fazer o curso."
O CRIME
Suzane, seu ex-namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele, Christian, foram condenados pelos assassinatos de Manfred e Marísia von Richthofen, ocorridos em 2002. Os irmãos Cravinhos estão no regime semiaberto desde 2013.
Há um ano, a Justiça de São Paulo determinou que a herança da família Von Richthofen seja entregue apenas ao irmão de Suzane, Andreas Albert von Richthofen. Na sentença, o juiz determinou que ela deveria ser excluída da partilha dos bens por considerá-la "indigna". A herança é calculada em mais de R$ 3 milhões.
Há um ano, Suzane se casou com Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos pelo sequestro e morte de um adolescente em Mogi das Cruzes (SP).