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    'Novo Ibirapuera' terá praça como entrada principal do parque

    EMILIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    27/03/2016 02h00

    Menos vagas para automóveis, mais verde e mais fácil para entrar a pé. A lógica da reforma de uma das áreas do parque mais famoso da cidade, o Ibirapuera, pode ser entendida dessa forma.

    De autoria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, 87, o projeto recebeu o aval do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) nesta semana.

    Entre as mudanças previstas estão a construção de uma praça, entre a Oca e o Auditório Ibirapuera, onde atualmente há um estacionamento, a supressão de uma rua entre a Bienal e a Oca e a abertura de uma nova saída para os carros, em frente ao viaduto General Marcondes Salgado (veja acima os projetos).

    Feita com piso permeável, a praça será a principal entrada para o Ibirapuera, bem em frente ao Obelisco —mas as grades que circundam o parque não serão retiradas.

    A praça também deve valorizar o início, ou a "cabeça" da marquise do parque, "a alma do projeto de Oscar Niemeyer", de acordo com Mendes da Rocha.

    Com essa nova área, serão suprimidas 71 vagas de estacionamento (deles, sobrarão apenas as árvores nos canteiros). Em compensação, do lado de fora do parque, serão criadas outras 26 em uma baia separada da avenida Pedro Álvares Cabral. Elas serão destinadas a pessoas com necessidades especiais.

    O local também será reservado para a parada de ônibus. A cobertura do ponto que existe hoje será duplicada. O secretário municipal da Cultura, Nabil Bonduki, diz que há uma negociação em curso com a Assembleia Legislativa para que o estacionamento do prédio seja usado não só nos finais de semana, mas também à noite para quem vai ao Anfiteatro.

    A nova cara do Ibirapuera

    A PÉ

    "A pé a aproximação do parque é mais agradável", diz Paulo Mendes da Rocha.

    Após as mudanças, a área permeável do parque vai aumentar. A rua que liga a Bienal à Oca, por exemplo, dará lugar a área verde.

    A nova saída para a avenida Pedro Álvares Cabral, em frente ao viaduto General Marcondes Salgado, será alterada, com a instalação de um semáforo.

    De acordo com Bonduki, a estimativa da Prefeitura de São Paulo é que a obra custe cerca de R$ 3 milhões, e a expectativa é que a intervenção seja feita ainda neste ano.

    MUDANÇAS

    Ponto de encontro dos rolezinhos nos últimos tempos, o parque "sessentão", inaugurado em 1954 durante as comemorações do quarto centenário de São Paulo, vem passando por mudanças.

    Eventos chegam a reunir multidões de jovens sob a marquise, o que gera queixas de parte dos visitantes.

    Para Bonduki, a falta de compreensão de alguns frequentadores, que não preservam o parque, e outros problemas que o local enfrenta são resultado de um processo de abandono do espaço público que, para ele, se reverteu nos últimos anos.

    "O parque não está imune aos problemas da cidade, e as pessoas precisam aprender a acessar esses espaços com responsabilidade", diz.

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