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    Vírus H1N1 pode estar mais invasivo, afirma secretário da Saúde David Uip

    VENCESLAU BORLINA FILHO
    DE CAMPINAS

    01/04/2016 14h17

    O vírus H1N1 pode estar mais invasivo e com maior poder de transmissão. O alerta, ainda não comprovado nos estudos genéticos, foi feito nesta sexta-feira (1º) pelo secretário da Saúde do Estado de São Paulo, o infectologista David Uip.

    "Parece que há uma mudança genotípica e sorotípica do vírus. Então parece que ele [vírus] está mais invasivo e com maior poder de transmissibilidade", disse ele, após participar em Campinas (a 93 km de São Paulo) do anúncio para licitação de construção de 26 unidades básicas de saúde na região.

    Uip afirmou que serão muitas as explicações para o surto antecipado, mas que a nova possibilidade será provada com as alterações genéticas eventuais no vírus, que também causa SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave). As outras causas já apontadas foram a baixa imunização nos últimos dois anos e as viagens de pacientes aos EUA e Europa, onde houve registros da gripe.

    São Paulo vive um surto antecipado da gripe H1N1. Segundo o mais recente levantamento da secretaria, de 22 de março, são 324 casos da síndrome em todo o Estado, sendo 260 comprovadamente ligados ao vírus. Já foram contabilizados 42 mortes, sendo 38 relacionados ao H1N1.

    Nessa primeira etapa, segundo Uip, terão prioridade as crianças e pessoas com mais de 60 anos, mulheres grávidas e doentes com câncer e Aids, transplantados, presidiários, indígenas e profissionais da saúde –o que corresponde a 25% do total do Estado, de 44,3 milhões de pessoas.

    Serão usadas inicialmente 3,6 milhões de doses da vacina. Mas até o final de abril serão 12,5 milhões de doses. Atualmente, o instituto Butantan, que fabrica as vacinas, dispõe de cerca de 13 milhões de doses, que chegarão a 20 milhões provavelmente até o final do mês.

    O secretário afirmou também que a estratégia de imunização pode mudar se as circunstâncias exigirem. Um mapeamento de todo o Estado de São Paulo, com registros dos casos de H1N1, está sendo feito, e na medida da necessidade, as vacinas serão disponibilizadas, garantiu o infectologista.

    Uip declarou ainda que o surto antecipado é uma situação inusitada na história do país, com mudança de perfil e fora do período de inverno. "Não há registro na história de que um surto começasse em um mês de verão. Isso [período de imunização] talvez possa mudar para um futuro", disse.

    Virus H1N1

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