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    Veja 21 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1

    DE SÃO PAULO

    02/04/2016 11h09

    São Paulo vive um surto fora de época da gripe H1N1. Segundo o mais recente levantamento da secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, de 22 de março, são 324 casos da síndrome em todo o Estado, sendo 260 comprovadamente ligados ao vírus —38 pessoas morreram no Estado.

    O surto antecipado tem provocado esperas de mais de três horas em filas e exames nos prontos-socorros infantis, públicos e privados. No Hospital Infantil Sabará, em Higienópolis, 75 crianças deram entrada no pronto-socorro com febre, coriza e vômito, entre a noite de quinta (31) e a madrugada desta sexta (1º).

    Veja 21 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1.

    Gripe H1N1

    1. O que é a gripe H1N1?
    É uma gripe do tipo A causada pelo vírus H1N1, que circula entre humanos. Ele foi detectado no México, em abril de 2009, e se disseminou rapidamente, causando uma pandemia mundial chamada, na época, de gripe suína.

    2. Como ela é contraída?
    Quando se inala secreções do doente ao falar, espirrar ou tossir e quando há contato com superfícies infectadas, como maçanetas ou talheres.

    3. Quais são os sintomas?
    Os mesmos da gripe normal, porém mais fortes: febre alta, tosse, dor muscular, dor de cabeça e de garganta, coriza e irritação nos olhos e ouvidos. Também pode provocar falta de ar e dor no tórax.

    4. Como me prevenir?
    A vacinação é a melhor maneira, mesmo não sendo 100% eficaz. Além disso, evite levar a mão aos olhos, ao nariz e à boca, lave sempre as mãos com sabão ou álcool e cubra a boca quando for tossir ou espirrar.

    5. Como funcionao tratamento?
    O doente deve repousar, beber muito líquido e evitar álcool e cigarro. Medicamentos como o paracetamol (Tylenol) podem ser usados para combater febre e dores. Em casos graves ou grupos de risco (idosos, crianças, grávidas, asmáticos, entre outros), pode ser recomendado antiviral, como o oseltamivir (Tamiflu), vendido com receita médica.

    6. Qual é a diferença entre o H1N1 e os outros vírus da gripe?
    O H1N1 tem mais chances de causar complicações como a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), especialmente em pessoas de maior risco. No Brasil, houve 45 óbitos por SRAG ligada ao H1N1 até 22.mar.2016 —90% do total de mortes por gripe no país.

    7. Por que a gripe chegou antes este ano?
    Não se sabe exatamente, mas há certa tendência de antecipação a cada ano. Alguns dos motivos podem ser o contato com turistas -que trouxeram o vírus do hemisfério Norte-, a variação do clima e a baixa vacinação em 2014 e 2015.

    8. Há motivo para pânico?
    Não. Deve-se seguir as recomendações de higiene e, assim que possível, tomar a vacina, especialmente os grupos de risco.

    9. Como reduzir as internações por causada gripe?
    Uma possibilidade seria priorizar a vacinação para grupos de maior risco na rede privada, assim como acontece na rede pública. Também é importante dar prioridade no atendimento, evitando uma eventual complicação
    da doença.

    10. Devo ir ao hospital assim que sentir um dos sintomas da gripe ou sair correndo para tomar a vacina?
    Nem sempre. Pode ser que seja apenas um resfriado. Ir a um pronto-socorro ou a um consultório médico pode expor a pessoa, que já está com a imunidade baixa, a microrganismos e fazer com que ela contraia a gripe ou outras doenças.

    11. Como sei se estou com gripe ou se é apenas um resfriado?
    No resfriado, os sintomas são nariz escorrendo, espirros, um pouco de dor no corpo e às vezes febre baixa e tosse. Já a gripe se inicia de repente e tem como principais marcas febre alta, tosse seca e fortes dores no corpo e de garganta. Ela também pode provocar complicações no pulmão, resultando em falta de ar.

    12. A vacina protege contra quais vírus?
    A vacina dada na rede pública é a trivalente, contra as gripes A (H1N1), A (H3N2) e um tipo da B. Na rede privada também é oferecida a quadrivalente —que protege contra mais um tipo da B.Se o paciente também quiser tomar a segunda, deve aguardar o intervalo de um mês entre as doses.

    13. Ela é 100% eficiente?
    Não, a eficácia é de 60% a 90%, dependendo da faixa etária do paciente e de outros fatores, como presença de infecções e doenças crônicas.

    14. Quanto ela custa?
    Cerca de R$ 120 (trivalente) e R$ 200 (quadrivalente) na rede particular. Na rede pública a vacinação é gratuita.

    15. Quem não pode tomar a vacina?
    Bebês menores de 6 meses e quem já teve reações anafiláticas em aplicações anteriores. Quem teve a síndrome de Guillain-Barré ou tem reações alérgicas graves a ovo -a vacina contém proteínas do alimento- também deve ter cautela.

    16. Quando começam as vacinações?
    A campanha nacional começa em 30.abr e vai até 20.mai. Na Grande São Paulo, a vacinação foi antecipada para crianças de 6 meses a 5 anos, idosos e gestantes (a partir de 11.abr). Na rede particular já é possível encontrar a vacina.

    17. A vacina vale por quanto tempo?
    Ela demora de 3 a 4 semanas para começar a fazer efeito e é útil por 6 a 8 meses, uma "temporada" do vírus. Normalmente as cepas mudam, por isso é preciso fazer a vacinação todo ano.

    Ilustração Leonardo Gibran
    Ilustração sobre gripe H1N1

    18. A vacina de 2015 pode ser usada em 2016, como aconteceu em algumas cidades paulistas?
    Sim, já que o H1N1 não mudou. Mas, mesmo para quem tomou a de 2015 neste ano, é necessário o reforço da vacina de 2016. A do ano passado também é pouco eficaz contra os outros tipos de gripe.

    19. Se eu já tiver pegado a gripe H1N1, ainda preciso tomar a vacina?
    Sim. Quem foi infectado fica imunizado por um tempo (é difícil prever quanto porque é bastante variável), mas depois pode voltar a pegar a doença.

    20. Quem toma a vacina tem chances de ficar gripado como "reação" da vacina?
    Não. O máximo que pode acontecer são dores locais e mal estar

    21. Estou resfriado, posso tomar a vacina?
    Sim, desde que não esteja com febre.

    CASOS NO BRASIL - Notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave associada ao H1N1, até 22.mar*

    Fontes: Isabella Ballalai e Renato Kfouri, presidente e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, e Rosana Richtmann, infectologista do Hospital e Maternidade Santa Joana

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