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    mosquito aedes aegypti

    No Recife, mães de filhos com microcefalia farão faculdade

    KLEBER NUNES
    DO RECIFE

    04/04/2016 02h00

    O sonho de Isadora Moura, 24, de se tornar fisioterapeuta foi interrompido pela gravidez, quando ainda cursava o quinto semestre do curso, no Recife. Quando descobriu que o pequeno Mauro havia nascido com microcefalia, parecia que ela jamais voltaria a uma faculdade.

    Agora, com o projeto Mães Produtivas, ela e mães de oito Estados vão poder sonhar de novo com um diploma. Isadora irá cursar nutrição.

    Parceria entre o Grupo Ser Educacional e a ONG Amar (Aliança das Mães e Famílias Raras), o projeto oferece bolsas em cursos de graduação e especialização via EAD (educação a distância) para mães que têm filhos com microcefalia e outras doenças que exijam dedicação exclusiva.

    O primeiro lugar a desenvolver o projeto é Pernambuco, com 15 bolsas. Devido à alta incidência de microcefalia (1.829 casos foram notificados entre agosto de 2015
    e 26 de março), 50% das vagas foram destinadas a mães indicadas pela Amar, cujos filhos têm a má-formação.

    As mulheres vão poder estudar em casa com videoaulas, fóruns de discussões e avaliações virtuais -com acesso até pelo celular.

    "Quero me formar e dar melhores condições ao meu filho. Também espero me especializar no cuidado de bebês com deficiência que precisam de uma alimentação específica", disse Isadora.

    A recomendação é que as alunas dediquem de 8 a 12 horas semanais aos estudos.

    Beto Almeida/Divulgação
    Isadora, 24, com o filho Mauro, que tem microcefalia; ela ganhou uma bolsa para estudar
    Isadora, 24, com o filho Mauro, que tem microcefalia; ela ganhou uma bolsa para estudar

    CURSOS

    O projeto oferece 17 cursos, como administração, engenharia civil e pedagogia, que duram entre dois e cinco anos.

    As primeiras alunas iniciam a nova jornada a partir desta segunda-feira (4). Unidades da Faculdade Maurício de Nassau também receberão as mães em outros Estados do Nordeste, como Bahia e Ceará. Já os campi Atibaia, Bragança, Guarulhos, Itaquaquecetuba e Dutra, da Universidade UNG, serão os polos no Estado de São Paulo.

    Segundo Gearne Warren, coordenadora de EAD do Grupo Ser Educacional, como há um número restrito de vagas nos outros Estados, as candidatas serão submetidas a um processo seletivo.

    As interessadas devem acessar: ead.uninassau.edu.br/cursos ou ead.ung.br/cursos.

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