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    Com apoio sindical, motoristas criam associação para questionar Uber

    THAIS ARBEX
    DE SÃO PAULO

    04/04/2016 19h54

    Andrew Caballero-Reynolds/AFP
    Passageiro mostra aplicativo Uber em celular
    Passageiro mostra aplicativo Uber em celular

    Com apoio da central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores), motoristas que trabalham para o Uber estão criando uma associação para dar respaldo às manifestações contra o aplicativo.

    A AMAA (Associação dos Motoristas Autônomos por Aplicativos) questiona, além da redução de 15% da tarifa e o aumento no número de motoristas, o que têm reduzido os ganhos dos cadastrados, a segurança de motoristas e passageiros.

    "Hoje, o parceiro do Uber tem que trabalhar oito horas para pagar o combustível e locação do veículo e mais uma hora para conseguir pagar um prato de comida", diz Paulo Acras, fundador da associação.

    Acras, que é economista por formação, defende que exista relação trabalhista entre motoristas e os aplicativos para que se garantam "direitos mínimos". "Temos que trabalhar mais de 16 horas por dia para que o serviço nos dê algum tipo de lucro. Mas estamos colocando a segurança de todos em risco", afirma.

    Nesta terça-feira (5), a AMAA participará de uma audiência pública na Câmara Municipal com o vereador Police Neto (PSD). Único parlamentar a votar a contra a proibição do Uber na cidade, ele é autor de um projeto que prevê a regulamentação de aplicativos de compartilhamento de automóveis em São Paulo.

    A proposta foi aprovada em primeira discussão pela Câmara, em dezembro do ano passado. Para virar lei, no entanto, precisa passar por uma segunda votação e ter a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).

    O vereador diz é preciso abrir o mercado para outros aplicativos para que haja concorrência leal. "Precisamos trazer concorrentes ao Uber para não monopolizar o mercado. Para isso, é necessário que haja validação pública para outros aplicativos e regras claras de segurança", afirma Police Neto.

    Segundo ele, outros aplicativos, como o WillGo, Fleety e BlaBlaCar já começaram a cadastrar motoristas em São Paulo. "É fundamental que ocorra a regulamentação para que o mercado não entre em colapso", diz o vereador.

    Procurado, o Uber afirmou que trabalha para criar uma plataforma "com grandes oportunidades para os parceiros" e "onde possam ganhar dinheiro em seus próprios termos".

    "Os motoristas parceiros podem controlar onde, como é quando eles dirigem e são livres para usar outros aplicativos ou para ter outros empregos ao mesmo tempo em que usam a plataforma", afirmou em nota.

    A multinacional disse ainda estar aberta às sugestões dos motoristas sobre o que gostariam de ver na plataforma.

    Editoria de arte/Folhapress
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