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    Segundo colocado em casos, vírus da gripe B também pode causar danos

    CLÁUDIA COLLUCCI
    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    06/04/2016 02h00

    Vinicius Pereira-25.abr.2014/Folhapress
    SAO PAULO, SP, BRASIL, 26-04-2014 â€" Dia D Mobilizaçao da Campanha Nacional de Vacinaçao â€" Unidade Basica de Saude Santa Cecilia - Vacinaçao contra gripe - (Foto: VINICIUS PEREIRA/Folhapress) 20815 - *** EXCLUSIVO AGORA *** EMBARGADA PARA VEICULOS ONLINE *** UOL E FOLHA.COM CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA *** FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA AGORA *** FONES 3224 2169 * 3224 3342 ***
    Vacinação contra a gripe em unidade de saúde em São Paulo

    Ele não está no foco das atenções como o influenza A (H1N1), responsável pelos surtos de gripe e pela busca frenética de vacinas nas clínicas privadas, mas também pode causar complicações e, em casos bem raros, matar.

    Até a primeira semana de março, o influenza B era o que mais circulava no país. Agora, ocupa o segundo lugar, com 38% das amostras positivas. O H1N1 lidera, com 50%.

    Na semana passada, o vírus B também foi associado à morte súbita de uma menina de oito anos em São Paulo. Houve um teste positivo, mas ainda não se sabe se foi ele o responsável pela parada cardíaca que a levou à morte.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Os três tipos de gripe

    Neste ano, o B protagonizou 38 casos da síndrome respiratória grave (SRAG), com três mortes no Brasil (duas em São Paulo e uma em Goiás), número bem inferior às baixas causadas pelo H1N1 (443 casos e 70 mortes).

    Números analisados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), com dados entre 2000 e 2010, mostram que as principais vítimas do influenza B são crianças, com idade média de 11 anos. Das 45 mortes nesse período, 76% eram de menores de idade.

    COMPLICAÇÕES

    Entre os principais problemas associados ao vírus encontrados pelos pesquisadores americanos estão lesões no miocárdio (identificada em 20 dos 29 casos avaliados) e pneumonia (em 17 casos).

    Segundo o virologista Celso Granato, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ainda não se sabe a razão de o influenza B estar mais relacionado a complicações graves em crianças, mas a hipótese é que esses danos estejam muito mais ligados a características genéticas do paciente do que com a letalidade do vírus em si.

    "Assusta, mas não há nada o que fazer. São casos raros [de miocardite], que geram um processo inflamatório no coração e uma parada cardíaca", explica Granato. O pediatra e infectologista Eitan Berezin, professor da Santa Casa de São Paulo, diz que não há evidências de que exista uma preferência do vírus influenza pelo coração.

    Segundo ele, tanto o tipo A quanto o B podem "causar doenças mais graves em pessoas que tenham doenças prévias e nisso se inclui as doenças cardíacas". O infectologista Esper Kallás, professor da USP, lembra que todos os vírus da gripe têm o potencial de matar, mas são raros os casos graves entre pessoas jovens e saudáveis. "Pode acontecer de o pulmão parar de funcionar, por exemplo. Mas isso é progressivo, leva alguns dias."

    Ele explica que, entre os casos mais graves, o mais comum é que a pessoa desenvolva uma gripe por qualquer vírus que a deixe debilitada. Isso abre espaço para a entrada de uma bactéria que provoque quadros infecciosos, como sinusites e pneumonias.

    "O mais importante é que os serviços de saúde estejam preparados para receber esses casos mais graves", diz o especialista. Tanto a vacina disponível nos serviços privados quanto no público dá proteção ao vírus influenza A e B.

    De acordo com os dados registrados pelo Ministério da Saúde –apenas as SRAG entram nas estatísticas–, a taxa de mortalidade por influenza no Brasil é de 4 em 10 milhões de pessoas.

    Entre os mortos, a idade média foi de 51 anos, variando de zero a 93 anos. Quase 70% tinham ao menos um fator de risco. Eram idosos ou diabéticos ou cardiopatas.

    H1N1

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