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    SP terá pediatra temporário para amenizar caos com surto da gripe

    EDUARDO GERAQUE
    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    07/04/2016 02h00

    O atual surto de casos de gripe H1N1, com a corrida de famílias em busca de atendimento médico, escancarou a escassez de pediatras em hospitais administrados pela gestão Fernando Haddad (PT) na cidade de São Paulo.

    Para tentar amenizar um pouco esse deficit de profissionais, a prefeitura planeja contratar médicos temporários nos próximos meses.

    O plano emergencial, que deve ficar pronto nesta quinta (7), segundo a Secretaria Municipal da Saúde, indica que, se o inverno for rigoroso, o número de casos de gripe vai aumentar até julho.

    H1N1

    De qualquer forma, pela estimativa da secretaria, os índices ficarão abaixo dos registrados em 2009. Naquele ano, 130 pessoas morreram e 4.684 casos foram confirmados.

    Neste ano, no país, são 443 casos de agravamento dos sintomas pelo vírus e 70 mortes. O Estado de SP concentra 372 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave e 55 mortes.

    A prefeitura não divulgou o número de profissionais que devem ser contratados. Haverá autorização para temporários também em unidade geridas por organizações sociais.

    "Quanto mais longe [do centro] e perto de comunidades carentes, mais médicos vão faltar. Não existe planejamento de cargos e salários que estimule o profissional", diz Mario Hirschheimer, presidente da Sociedade de Pediatria de SP, que se aposentou como médico da prefeitura.

    Segundo ele, o modelo de contratação por organizações sociais não prevê os benefícios de servidor, o que deixa de ser atrativo. "O médico sabe dos riscos de trabalhar na periferia. Às vezes, diante da quantidade enorme de pacientes, a vida dele vira um inferno", afirmou. O ideal, segundo o especialista, é o médico atender até quatro pacientes por hora. No serviço público, atende seis.

    Dados oficiais mostram que a capital tem 69 pediatras e 134 clínicos gerais trabalhando nas 110 AMAs (assistências médicas ambulatoriais), o que dá menos de dois profissionais em cada unidade.

    No atendimento de emergência, o drama segue para os pais que precisam de médico para os filhos. No hospital Waldomiro de Paula (Itaquera), gerido pela prefeitura, não havia pediatra às 18h de terça-feira (5). O atendimento era feito na AMA vizinha, lotada. No Jardim Robru, o hospital Julio Tupy, controlado pela Casa de Saúde Santa Marcelina, não atendia quem chegava após as 17h.

    CALENDÁRIO DA GRIPE - Confira quando a vacinação pode ser feita na rede pública

    PERGUNTAS E RESPOSTAS

    A vacina protege contra quais vírus?
    A vacina dada na rede pública é a trivalente, contra as gripes A (H1N1), A (H3N2) e um tipo da B. Na rede privada também é oferecida a quadrivalente -que protege contra mais um tipo da B

    Quem faz parte dos grupos de risco?
    Crianças de 6 meses a 5 anos, idosos, profissionais da saúde, grávidas, puérperas, presidiários, funcionários do sistema prisional, indígenas e portadores de doenças crônicas ou com condições clínicas especiais (respiratórias, cardíacas, renais, hepáticas, neurológicas, imunológicas, diabéticos, obesos e transplantados)

    Mesmo se eu estiver fora dos grupos de risco, preciso tomar a vacina?
    O ideal é que todos tomem a vacina, mas, se não houver nenhum fator de risco, não é necessário enfrentar as longas filas que estão lotando clínicas e hospitais atualmente. A pessoa pode esperar a situação se tranquilizar ou aguardar o início da campanha nacional e então fazer a vacinação

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