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    Bandidos usam dinamite, matam policial e fogem de barco após roubo no litoral

    RICARDO HIAR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO SEBASTIÃO (SP)

    08/04/2016 13h59 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    PM/Divulgação
    Agência do Bradesco em Boiçucanga foi invadida por bandidos na madrugada desta sexta. Crédito: PM/Divulgação
    Agência em Boiçucanga invadida por bandidos na madrugada desta sexta (8)

    Com uso de dinamites, carros roubados e um barco, cerca de dez criminosos explodiram caixas eletrônicos na madrugada desta sexta-feira (8) em São Sebastião, no litoral norte paulista, mataram um policial civil que estava de folga e feriram duas pessoas.

    Os bandidos explodiram caixas do banco Itaú que ficam num centro comercial e tentaram abrir, também com dinamite, o cofre central de uma agência do Bradesco, em Boiçucanga.

    Os valores roubados do Itaú não foram informados. No Bradesco, o explosivo falhou e nada foi levado. O grupo conseguiu fugir de barco e seguiu em direção ao litoral sul. No período da manhã, a embarcação foi encontrada por policiais na praia de Juquehy, abandonada.

    Segundo o delegado seccional Múcio Alvarenga, a ação começou por volta das 3h30. O bando, formado por cerca de dez homens, bloqueou a rodovia Rio-Santos colocando duas caminhonetes atravessadas na pista, próximo às agências.

    Os veículos eram roubados e foram abandonados no local. Pessoas que passavam pelas proximidades foram rendidas.

    O policial civil Marco Antonio Koscak vinha de São Paulo com a mulher e o enteado em um Honda Civic e tentou furar o bloqueio na rodovia, mas os bandidos começaram a atirar contra o carro do policial, que chegou a revidar.

    Os tiros acertaram Koscak, que não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. O enteado do policial fugiu com a mãe, sem ferimentos.

    Uma mulher e uma adolescente que moram na região também foram atingidas por tiros ao passarem pelo local de carro. Elas sofreram ferimentos leves e foram encaminhadas ao pronto-socorro.

    PÂNICO

    O som das explosões e do tiroteio deixou a população local em pânico.

    Andreia Carvalho, 24, acordou com o barulho dos tiros. Grávida de nove meses, ela disse que temeu sofrer um mal-estar durante o tiroteio e não ter como seguir para o hospital. "Foi terrível, deu muito medo. Os barulhos pareciam fogos do Réveillon, eram contínuos. Tudo começou pouco depois das 3h e demorou muito tempo", contou.

    O bairro já foi alvo de ações criminosas semelhantes, mas ela diz que dessa vez foi pior. Os caixas eletrônicos danificados estavam entre os poucos restantes no bairro depois de uma série de ações criminosas. "Já explodiram vários caixas. No Banco do Brasil, nem repuseram ainda o caixa que destruíram há alguns meses. Está cada vez mais difícil", disse.

    Com poucos equipamentos, moradores são obrigados a percorrer até 70 quilômetros na rodovia Rio-Santos para encontrar um caixa eletrônico em funcionamento em São Sebastião.

    OUTROS CASOS

    Esta semana foram registrados no Estado de São Paulo outros crimes do gênero. Na segunda (4), o roubo a uma empresa de transporte de valores deixou três mortes, dois deles policiais.

    Na madrugada de quarta (6), dez criminosos explodiram caixas eletrônicos e o cofre principal de uma agência do Banco do Brasil, em Cerquilho, na região de Sorocaba.

    O som dos tiros também causou pânico na população. Na manhã do mesmo dia, uma quadrilha explodiu o cofre de um carro-forte na rodovia Anhanguera, próximo a Ribeirão Preto. Houve troca de tiros antes da explosão, entre bandidos e vigilantes, que deixou duas pessoas feridas.

    O delegado seccional Múcio Alvarenga não descarta ligação entre os casos de São Sebastião e Santos. Ele informou que a polícia já recebeu imagens de câmeras do bairro e coletou impressões digitais nos veículos e no barco utilizados pela quadrilha.

    O material foi encaminhado para análise em São Paulo e contribuirá para identificar os envolvidos. A polícia também vai investigar se alguns homens presos nesta manhã, na vizinha Bertioga, têm ligação com o crime.

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