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    SP 'ferve' no outono e terá semana com termômetros acima dos 30°C

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    10/04/2016 20h29

    Sorvetes gigantes para as crianças e garrafas de água nas mãos ou nas mochilas de quem gosta de andar a pé. E, claro, muito suor.

    O cenário vivenciado pelos paulistanos nos últimos dias –e aqui vai a notícia ruim para quem vive melhor sob o frio e não vê a hora de o outono realmente começar– vai se repetir nesta semana, pelo menos até sexta-feira (15), indicam os principais institutos de meteorologia.

    As temperaturas máximas vão continuar um pouco acima dos 30ºC, e a chuva, se vier, será bem pouca.

    Antes de o aquecimento global ser rotulado, mais uma vez, como o grande vilão, os próprios dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) servem para derrubar a tese. Apesar de o outono já ter começado no fim de março, temperaturas um pouco acima dos 30°C, durante os dias de abril, estão totalmente dentro da média histórica.

    De acordo com a previsão do tempo da Somar Meteorologia, quem não gosta de suar e prefere viver com temperaturas médias bem menores do que as registradas na última semana terá que esperar pelo fim do mês.

    Segundo o instituto meteorológico, apenas nos últimos dias de abril é que as frente frias vindas do sul do hemisfério terão mais chances de romper o bloqueio atmosférico presente no Sudeste brasileiro e, dessa forma, começar a trazer com mais frequência o ar frio para a atmosfera da capital paulista.

    O calor intenso, apesar de ser uma grande atração para os pequenos que não dispensam um mergulho, era alvo de reclamações até dos comerciantes ambulantes na manhã de domingo (10), no parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

    Segundo alguns sorveteiros que conversaram com a reportagem, "calor demais até complica". Quando fica muito quente, disse um deles, as pessoas fogem dele e não aparecem no parque.

    Editoria de arte/Folhapress

    Não que ele estivesse vazio. Mas nada daquela massa de frequentadores no Ibirapuera, para uma manhã quente e ensolarada como a de domingo, poderia ser percebida, por exemplo, na fila do planetário. Ou até mesmo nos bancos e mesas de piquenique vazias, que estavam sob a sombra.

    CENAS DE CIÚMES

    Apesar de ser uma das praias do paulistano, as pouquíssimas pessoas que resolveram tomar sol ou fazer ioga com roupa moda praia chamavam a atenção pela cena incomum por ali.

    Ao contrário de outros grandes parques, principalmente no exterior, como em Buenos Aires ou nas principais capitais da Europa, onde tomar sol sobre o gramado de biquíni, sunga ou maiô é bastante comum, neste domingo, no Ibirapuera, quem resolveu mostrar o corpo acabou produzindo cenas de ciúmes entre os jovens casais de namorados que passeavam. A Folha presenciou algumas.

    Do parque do Ibirapuera para a avenida Paulista, morro acima, sol e calor continuavam dividindo as preferências de quem estava ao ar livre, fora do ar-condicionado.

    Fechada para os carros aos domingos, a Paulista, que está se consagrando como uma grande atração da cidade em dias de sol, assim como o Minhocão, tem uma vantagem geográfica que contrasta bastante com o calor que sobe do asfalto da via.

    "Aqui existe brisa", percebeu o comerciante João Ruas, que afirmou gostar bastante do calor e, até por isso, segurava uma latinha de cerveja. A Paulista, como está sobre um espigão, em dias onde há vento realmente parece ter o seu ar-condicionado natural, que circula por entre os grandes arranha-céus.

    Algumas garotas, inclusive, até deitaram na rua para esperar o tempo passar. Nem se incomodaram com o calor que subia do asfalto. Para elas, o calorento mês de abril continuará perfeito.

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