As roupas extravagantes e as palavras inventadas não deixavam Petrucio Carvalho Melo passar despercebido. Famoso nos anos 80 como jurado do Chacrinha e do Silvio Santos, ele mantinha seu jeito peculiar atualmente, na frente e atrás das câmeras.

Nascido na cidade alagoana de Santana de Ipanema, começou sua carreira como locutor e sonhava ser jornalista. Passou por Alagoas e Pernambuco, mas foi em São Paulo, onde chegou nos anos 60, que ficou conhecido.

Queria aparecer no programa de calouros de Flávio Cavalcanti, e conseguiu. O jovem, que queria ter o talento reconhecido, virou jurado de novos talentos. Lapela colorida, buzina e palavras como "ispicizê" (muito bom) para avaliar os novatos viraram sua marca nos programas por onde passou.

Mesmo quando não estava na frente das câmeras, mantinha a irreverência, as brincadeiras. Dava festas badaladas, fechava casas noturnas.

Na década de 1990, porém, passou por dificuldades. Viu oportunidades minguarem, amigos se distanciarem.

Insistente, montou uma produtora na casa que dividia com uma amigo no Morumbi (zona oeste) e mantinha um programa na Rede Brasil e uma coluna na Tititi. Contava com alguns bons amigos para manter os dois mesmo que na cadeira de roda ou da cama de hospital.

Foi despejado da casa em que morava apenas três dias antes de morrer. Internado, não soube do ocorrido.

Morreu dia 31, após uma pneumonia. Estava com 73 anos, apesar de, frequentemente, mentir sobre a idade. Sem família, deixa amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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