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    Ciclovia tinha rachaduras seis meses antes da inauguração, aponta TCM

    DO RIO

    23/04/2016 11h49

    O Tribunal de Contas do Município do Rio constatou a presença de rachaduras e depressões no piso da ciclovia da Niemeyer seis meses antes de sua inauguração.

    Um trecho da via, que liga as orlas do Leblon e São Conrado, desabou na última quinta-feira (21), resultando na morte de duas pessoas. Bombeiros continuam a busca por possíveis desaparecidos. Há a suspeita de que outras três pessoas passavam pelo local no momento da queda.

    De acordo com documentos arquivados no site do TCM, a rachadura foi verificada em uma visita à obra ocorrida em julho. Um trecho de pelo menos 30 metros colapsou após o impacto com uma onda causada pela ressaca, três meses após sua inauguração, que ocorreu em janeiro.

    Segundo relatório produzido pela 2ª Inspetoria Geral de Controle Externo, havia depressões, trincas e falhas de acabamento em um dos pontos da ciclovia, próximo ao mirante do Leblon. As trincas foram verificadas junto a tampas de bueiros feitas de ferro fundido.

    O TCM fez um total de cinco visitas à obra e as rachaduras foram observadas na penúltima verificação. O quinto e último relatório, publicado em outubro, registra que foi solicitada a correção das trincas, mas o questionamento não teve resposta.

    Procurada, a Secretaria Municipal de Obras afirmou que respondeu ao relatório e que as trincas não eram de estrutura, e sim do pavimento. "[As rachaduras] já foram corrigidas pela garantia de obra a pedido da fiscalização da Geo-Rio", disse a pasta em nota.

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    Editoria de arte/Folhapress

    MÃO DE OBRA

    O tribunal é responsável por acompanhar a evolução das obras e pedir modificações quando necessário. Os relatórios apontam ainda discrepâncias entre a quantidade de funcionários que a empresa diz usar e o que efetivamente foi encontrado no canteiro de obras. Os questionamentos relativos a isso foram feitos a partir da segunda visita.

    "Outro aspecto relevante em relação à mão de obra é a falta de correspondência entre o quantitativo de profissionais indicados nas medições (memórias de cálculo) e o apontado em diário de obras", afirma o TCM em relatório de outubro.

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    Segundo o relatório, no diário da obra consta, por exemplo, que haveria um bombeiro hidráulico no canteiro, mas nenhum foi encontrado na medição.

    Outras funções tinham mais profissionais do que o indicado. Era o caso do cargo de engenheiro júnior –no diário constava um e na medição, dois. O mesmo ocorria com a função de servente. O diário dizia que havia quatro, mas foram vistos 15.

    "O número de profissionais lançados no diário de obra está abaixo do real utilizado e deverá ser corrigido a partir da próxima medição", responde a responsável pela obra.

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