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    Prefeitura do Rio admite que não tinha plano de contingência para ressaca

    RONALD LINCOLN JR.
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    23/04/2016 16h02

    Ricardo Borges/Folhapress
    Trecho da nova ciclovia Tim Maia, inaugurada recentemente, na Avenida Niemeyer em São Conrado na zona sul do Rio de Janeiro, desabou após ser atingida pela ressaca do mar, nesta quinta-feira (21). Duas pessoas morreram.
    O trecho liga o Leblon ao bairro de São Conrado

    O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), admitiu neste sábado que a prefeitura não tinha um plano de contingência para a Ciclovia Tim Maia para ser aplicado nos dias em que o mar estivesse de ressaca.

    "Nunca houve uma recomendação por parte da Geo-Rio (Fundação Instituto de Geotécnica) para fechar a ciclovia quando há ressaca. Então, você provavelmente tem um problema estrutural, além de um não encaminhamento de uma operação de uma ciclovia naquelas condições", disse o prefeito.

    "Em caso de ressaca, de mar alto, devia-se botar um aviso indicando que a ciclovia não deveria ter sido utilizada. A prefeitura que deveria ter feito isso. Me sinto totalmente responsável. Hoje parece meio óbvio ter um plano de contingência no caso de ressaca", disse.

    Paes afirmou neste sábado (23) que pretende indenizar as famílias das vítimas da queda da ciclovia de São Conrado. Os valores não foram revelados.

    O prefeito disse que buscou contato com parentes das vítimas para prestar solidariedade. Ele afirmou ter mantido uma breve conversa com um cunhado do engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, 54, identificado como Paulo.

    Paes disse que não conseguiu ainda contato com familiares do gari comunitário Ronaldo Severino da Silva, 60, que também morreu no desabamento da ciclovia Tim Maia, na última quinta-feira (21).

    "A prefeitura, assim como em outros momentos, busca o diálogo direto e ressarcir essas pessoas do ponto de vista material. Nada substitui uma vida, nada repara a perda de uma vida", disse Paes.

    O prefeito também comentou o relatório do TCM (Tribunal de Contas do Município) que apontou rachaduras e depressões na estrutura da ciclovia antes da sua inauguração.

    "A prefeitura não ignorou o relatório do TCM. É óbvio que se a ciclovia tivesse sido feita de maneira perfeita não teria acontecido essa tragédia. Mas esperamos a auditoria para identificar isso tecnicamente e responsabilizar quem tiver a responsabilidade", afirmou.

    A ciclovia, que teve quase todo seu percurso interditado, será reformada, segundo o prefeito. Por enquanto, apenas o trecho entre a praia do Leblon e o morro do Vidigal continua aberto. Após a reforma, que ainda não tem data para ocorrer, a prefeitura deve implantar um sistema para interditar a ciclovia nos dias de mar agitado.

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