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    Brasil tem 230 mortes relacionadas à gripe H1N1; São Paulo lidera casos

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA
    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    25/04/2016 17h02

    O Brasil já registra 230 mortes relacionadas à gripe pelo vírus H1N1, um aumento de 50% em comparação aos dados registrados na última semana, segundo o Ministério da Saúde.

    Os dados são de novo boletim epidemiológico de influenza, divulgado pela pasta nesta segunda-feira (25). Relatório anterior apontava 153 mortes já confirmadas.

    O novo balanço, que abrange dados contabilizados até o dia 16 de abril, mantém o padrão de crescimento de casos próximo ao observado nas duas semanas anteriores.

    Neste ano, no entanto, os casos de gripe iniciaram mais cedo do que o esperado –em geral, o aumento costuma ser verificado no fim de abril e início de maio, com a chegada do inverno.

    Para o governo, os dados indicam que a "estação da gripe" já começou. Situação semelhante foi registrada em 2013, quando também houve aumento de casos, especialmente no Sul e Sudeste.

    Boletim do Ministério da Saúde aponta que o H1N1 tem maior circulação neste ano em relação a outros vírus da gripe. De 250 mortes por gripe, 230 são de pacientes que tiveram resultado positivo para o H1N1 em exames.

    Entre os Estados, São Paulo ainda lidera em registros, com 119 mortes por complicações da gripe A H1N1. Em seguida, estão Santa Catarina (20), Rio de Janeiro (17), Rio Grande do Sul (13), Goiás (11), Minas Gerais (10), Bahia (8), Pará (6) e Paraná (4). Também há registros em outros dez Estados, com um a três casos cada.

    Em nota, o Ministério da Saúde diz que está monitorando os casos de H1N1 nestes locais em parceria com as secretarias de saúde.

    CASOS GRAVES

    Além das mortes, o ministério também contabiliza 1.365 casos de síndrome respiratória aguda grave por H1N1 em todo o país. Na última semana, havia 1.012 registros, um crescimento de 35%. O índice, porém, é menor se comparado ao boletim anterior, quando o aumento foi de 47,5%.
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    Os dados são registrados a partir da internação de pacientes na rede de saúde. O quadro é caracterizado por febre, tosse ou dor de garganta e, principalmente, pela dificuldade para respirar -sinais que indicam a possibilidade de agravamento dos sintomas.

    O registro antecipado de casos de gripe também levou os Estados a anteciparem a vacinação anual para parte do público-alvo. No Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, por exemplo, a vacina começa a ser aplicada neste segunda-feira (25).

    Já a campanha nacional está programada para 30 de abril a 20 de maio. A vacina é ofertada para gestantes, idosos, mulheres que deram à luz há pouco tempo, crianças entre seis meses a cinco anos, profissionais de saúde, presos e funcionários do sistema prisional e pessoas com doenças crônicas. Além do H1N1, a vacina protege contra outros dois subtipos de vírus da gripe: o H3N2 e o influenza B.

    RECORDE DE VACINAÇÃO

    A cidade de São Paulo registra 40 mortes pela gripe H1N1 neste ano, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (25) pela secretaria municipal de Saúde.

    Desde 2010 e mesmo antes da chegada do inverno, o vírus só não matou mais do que em 2013. Há três anos, durante toda a temporada, 84 pessoas perderam a vida.

    "Todos os esforços são para que a letalidade fique abaixo da de 2013", afirma Alexandre Padilha, secretário municipal de saúde.

    De acordo com o gestor público, a prefeitura tem feito uma campanha assídua para o uso correto do antiviral, que deve ser dado em até 48 horas do início do sintomas, junto com a antecipação da campanha de vacinação.

    Entre 4 e 20 de abril, 64% da população de risco, que pode tomar a vacina de graça nos postos públicos, foi vacinada, diz a prefeitura. "Um recorde", segundo Padilha.

    "Reforço o pedido para que todos se vacinem. Houve uma antecipação do vírus e ainda vamos ter o inverno pela frente", disse.

    Entre as 40 mortes registradas na capital, a maior parte dos casos ocorreu entre as pessoas que estão no grupo etário de 45 a 59 anos (35%) e na parcela da população com mais de 60 anos (33%).

    Os outros casos foram entre crianças menores de 4 anos (10%) e em adultos jovens, entre 25 e 44 anos (18%). Não houve nenhuma morte entre crianças maiores, entre 5 e 14 anos.

    E os outros 5% dos casos ocorreram no grupo de pessoas entre 15 e 24 anos.

    Doenças crônicas também estão bastante associadas com as mortes. Dos 40 casos, 31 foram de pessoas que tinham doenças prévias, relacionadas com problemas no coração ou pulmão.

    H1N1

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