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    Em Campinas, 4 policiais são presos sob suspeita de extorquir quadrilha

    VENCESLAU BORLINA FILHO
    DE CAMPINAS

    26/04/2016 11h25

    Denny Cesare/Codigo19/Folhapress
    CAMPINAS, SP 26.04.2016-CASO PROTEGE-O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Civil deflagram na manhã desta terça-feira (26) uma operação para prender investigadores da Polícia Civil de Campinas, delegado e advogados, suspeitos de integrarem um esquema de corrupção e extorsão. Os investigadores suspeitos de corrupção são os responsáveis pela apuração do assalto cinematográfico na empresa Protege, no mês passado na cidade de Campinas, interior de Sao Paulo. Tambem foram apreendidos armas, dinheiro e equipamentos eletronicos. (Foto: Denny Cesare/Codigo19/Folhapress) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    Operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil que prendeu 4 policiais em Campinas

    Operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo prendeu quatro investigadores na manhã desta terça-feira (26), em Campinas, no interior de São Paulo. Outros dois policiais estão foragidos, entre eles um delegado, e um escrivão se entregou no começo da noite.

    As ações se originam de dois inquéritos. No primeiro, aberto há 60 dias, os policiais presos e um investigador foragido –todos do 2º DP (Distrito Policial)– são suspeitos de formação de quadrilha, extorsão e corrupção. Os nomes deles surgiram em escutas telefônicas numa investigação contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

    No outro inquérito, o delegado foragido e o escrivão que se entregou são do 4º DP. Eles já foram denunciados pela Promotoria por suspeita de extorsão e corrupção.

    Na operação desta terça, foram detidos ainda um advogado e um suspeito de receptação e corrupção. Nenhum nome foi divulgado pelo Ministério Público e pela corregedoria.

    Segundo a Promotoria, os policiais do 2º DP participavam das investigações do mega-assalto à Protege –empresa transportadora de valores–, ocorrido no mês passado, quando foram levados R$ 50 milhões.

    A Promotoria diz, no entanto, que a operação não tem relação com o roubo da transportadora de valores. "É uma coincidência entre os agentes policiais", disse Jandir Moura Torres Neto, um dos promotores no caso.

    Na casa de um dos presos, um investigador do 2º DP de Campinas, um saco de dinheiro foi apreendido e levado à corregedoria. Nele, havia R$ 410 mil em maços de notas de R$ 10 e R$ 100, por exemplo.

    Há a suspeita de que o dinheiro, da forma como estava armazenado, pode pertencer a uma transportadora de valores.

    Na operação também foram apreendidas armas de grosso calibre, documentos e computadores encontrados nas casas dos policiais suspeitos e no distrito policial em que atuavam como investigadores.

    Nem a Secretaria de Estado da Segurança Pública nem comando da Polícia Civil em Campinas se manifestaram sobre o caso.

    DELEGADO

    Segundo o promotor Amauri Silveira Filho, o delegado e o escrivão são acusados de cobrar cerca de R$ 2.000 para liberar pessoas detidas em flagrantes. "Era corrupção clássica. Exigir dinheiro ou deixar de agir", disseram os promotores.

    O delegado, segundo a corregedoria, está afastado há menos de um mês do cargo para tratamento de saúde. Ele não foi encontrado no endereço residencial informado à Polícia Civil.

    Cerca de 50 policiais de vários locais do Estado –Campinas, São Paulo, Santos, Sorocaba, Ribeirão Preto e Bauru– participaram da ação. Segundo a Promotoria, as investigações continuam.

    Todos os presos foram encaminhados para a sede da corregedoria em Campinas. Um deles, segundo o Ministério Público, poderá ter o pedido de prisão preventiva revogado por ter aceitado contribuir com as investigações.

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