Luiz Carlos Ribeiro nasceu em 1º de setembro de 1947, em uma casa pequena de Barueri, na Grande São Paulo. As ruas do bairro eram de terra e as poucas casas, cercadas de mato. Não havia luz.
O nome Luiz Carlos era comum na época –talvez por conta do senador Luís Carlos Prestes–, mas foi dado ao bebê em homenagem a um vizinho. Outro Luiz Carlos, que costumava levar pão e café a mãe e ao irmão da criança.
A comida era escassa na casa da família. Principalmente, quando o patriarca sumia por dias devido ao alcoolismo. Mas o novo nascimento mudou essa rotina e o próprio pai decidiu parar de beber. Nem uma gota mais.
Pequeno, Luiz Carlos não gostava de estudar, mas lia, lia muito. Devorou a coleção Clube do Livro –presente de uma tia. Eça de Queiroz, Honoré de Balzac, Liev Tolstoi.
Deixou a escola aos 12 anos e foi trabalhar como office-boy, mas sonhava jogar futebol. Para onde a família ia, entrava para a várzea –Barra Funda Futebol Clube, Alviverde, Dragões da Casa Verde.
Corintiano roxo, lembrava sempre que fazia aniversário no mesmo dia que o clube.
Após o serviço militar, trabalhou 20 anos como taxista, depois mais 15 na loja do pai. Parou de trabalhar em 1996, após ter o primeiro AVC.
Mas continuava otimista, alegre. Chegou a entrar para um movimento para manter os campos de várzea do Campo de Marte, na zona norte.
Em seu último fim de semana, conheceu o Itaquerão.
Morreu dia 26, aos 68 anos, após um infarto. Deixa mulher, quatro filhos, cinco irmãos, 13 sobrinhos, dois netos, sete sobrinhos-netos.
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