Ele estava lá quando tudo começou: contratado em janeiro de 1964, com o crachá de número um da nascente TV Globo, Teixeira Heizer fez parte da equipe que colocou a emissora no ar em 1965.
Ele também idealizou a transmissão da primeira partida de futebol pelo canal. Gravou em filme o amistoso da seleção diante da extinta União Soviética e mandou para a revelação num estúdio.
Duas horas depois do jogo no Maracanã, o empate de 2 a 2 foi exibido na televisão com narração do jornalista.
Formado em direito, Heizer trabalhou em revistas, rádios, jornais e TVs por mais de 60 anos. Ao longo da carreira, deixava de lado seu prenome, Hitler, ao assinar.
Entre os momentos mais marcantes, gostava de lembrar do Pan-Americano de Chicago, em 1959, em que noticiou "em primeira mão", para a TV Continental, o assassinato do remador brasileiro Ronaldo Duncan Arantes, e da cobertura dos títulos mundiais do Santos, nos anos 60.
Após deixar a Globo, ainda na década de 1960, trabalhou no "Diário da Noite", "Diário de Notícias", "Última Hora", "O Dia", "Placar", "Veja", "O Estado de S. Paulo" e fez documentários na França.
Nos últimos anos, atuou como comentarista de futebol no Sportv. Também publicou livros. "O Jogo Bruto das Copas do Mundo" e "Maracanazo: Tragédias e Epopeias de um Estádio com Alma", são os mais conhecidos.
Após a desastrosa campanha do Brasil na última Copa, criticou a seleção e disse que, a partir de então, a derrota no Mundial de 50 "era apenas uma brincadeirinha".
Morreu dia 3, aos 83, no Rio, após sofrer um infarto.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
-
-