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    Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo ameaçam parar na sexta

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    09/05/2016 14h45

    Marlene Bergamo - 19.mai.2015/ Folhapress
    O presidente do sindicato, Valdevan Noventa, discursa para a categoria durante manifestação em maio
    Presidente do sindicato, Valdevan Noventa, discursa para a categoria durante ato em maio de 2015

    Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo prometem fazer uma paralisação geral na próxima sexta-feira (13) para exigir reajuste salarial.

    Nesta terça-feira (10), eles farão uma passeata no centro da cidade e vão "acampar" em frente à prefeitura, no viaduto do Chá, entre as 15h e 18h. Às 16h30, líderes da categoria devem ter reunião com o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

    "Se não houver acordo, todos os ônibus vão parar às 10h de sexta. Até lá, os motoristas estarão orientando os passageiros para que não sejam pegos de surpresa na sexta", disse Valdevan Noventa, presidente do sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo.

    A categoria exige 5% de aumento, além da correção da inflação, aumento –de R$ 19 para R$ 25– no vale-refeição e R$ 2.000 em participação nos lucros.

    Na outra ponta, os empresários de ônibus da cidade vêm exigindo aumento nos repasses às viações. Eles questionam que, mesmo após o aumento da passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80 no início deste ano, a administração não só manteve mesmos os subsídios às empresas como vem atrasando os repasses com frequência.

    Como o reajuste dos trabalhadores ocorre sempre em maio, o SPUrbanuss (sindicato dos donos de viações) já alertou a prefeitura que não pode arcar com o aumento pedido pelos motoristas. A gestão Haddad nega que venha ocorrendo atrasos, mas busca negociar o reajuste com os trabalhadores com o argumento de que não há recursos para os valores exigidos.

    Em 2015, a prefeitura transferiu às empresas algo em torno de R$ 1,7 bilhão em subsídios, valor que pode chegar a R$ 2,1 bilhões neste ano, mesmo sem o reajuste. Esses subsídios acontecem porque a tarifa paga pelos passageiros não é suficiente para cobrir os custos da operação, já que a administração tem que arcar com as gratuidades para idosos e estudantes, por exemplo.

    Desde 2013, parte das empresas (que usa ônibus convencionais e articulados nos grandes corredores viários) atua por meio de aditivo de contrato. Outra parte -os antigos perueiros, que atuam com ônibus menores– trabalha sob contratos emergenciais, já que a licitação que deveria ter sido finalizada no ano passado foi suspensa por recomendação do Tribunal de Contas do Município.

    CPTM

    O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região realizou na manhã desta segunda uma audiência de conciliação entre os quatro sindicatos dos ferroviários e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para evitar uma possível paralisação dos funcionários na próxima quarta (11).

    A categoria pede um aumento de, no mínimo, 11,08%, mas a reunião terminou com a proposta de reajuste parcelada, em duas vezes, de 5,22%. A proposta não agradou aos funcionários que pedem além do reajuste, reposição da inflação.

    A proposta da CPTM será votada em assembleias separadas na tarde desta terça-feira (10), marcadas para as 18h. Na ocasião, os trabalhadores também deliberarão sobre a greve.

    O desembargador Wilson Fernandes pediu para que os trabalhadores mantenham o estado de greve, mas não realizem a paralisação, e que a CPTM considere aumentar o índice de reajuste. Uma nova audiência foi marcada para o dia 17 de maio, às 10h, no TRT.

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