• Cotidiano

    Tuesday, 07-May-2024 10:11:01 -03

    Ventos em SP durante tempestade superaram 100 km/h, diz Inmet

    DE SÃO PAULO

    17/05/2016 16h56

    Rivaldo Gomes/Folhapress
    Tronco de árvore que estava com cupins e caiu no largo da Concórdia, provocando a morte de uma mulher de 22 anos
    Tronco de árvore que estava com cupins e caiu no largo da Concórdia, matando mulher de 22 anos

    Um dia depois do temporal que levou ao desabamento de 189 árvores, a capital paulista conviveu nesta terça (17) com panes nas redes elétrica e semafórica e bloqueios em ruas e calçadas afetadas pelos destroços da vegetação.

    Regiões como Perdizes, Pinheiros e Sumaré continuavam sem energia elétrica mais de 24 horas depois da tempestade -que, segundo técnicos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), foi provocada por um fenômeno chamado de "microexplosão".

    Trata-se de rajada de vento que vem das nuvens em alta velocidade e que se espalha com força ao chegar no solo.

    Olha a árvore

    O Inmet diz que os ventos provavelmente superaram 100 km/h, embora os registros de estações meteorológicas, restritas a pontos específicos, tenham sido de até 77 km/h, em Barueri (Grande SP) -ante 51,5 km no mirante de Santana (zona norte).

    No cemitério do Araçá, no Pacaembu (zona oeste), um muro desabou e espalhou 60 urnas de ossadas na calçada.

    Duas pessoas morreram no temporal, uma na capital e outra em Suzano, na região metropolitana de São Paulo.

    Em Suzano, Luiz Rosa da Silva, 57, ajudante de serviços gerais, morreu esmagado dentro do carro após um muro desabar durante a chuva.

    CLASSIFICAÇÃO DOS VENTOS SEGUNDO A VELOCIDADE - EM KM/H

    Francisca dos Santos, 22, vendedora ambulante, morreu após ser atingida por uma árvore que caiu no largo da Concórdia, no Brás (centro).

    Segundo a irmã de Mônica, Noelma, ela só deve ser enterrada nesta quarta (18), quando a mãe chegará de Pernambuco, onde mora.

    Perto de Mônica estavam Dayse Cristina Souza Santos, 31, e a filha dela, Maria Luiza, 3, que também foram atingidas pela árvore. A menina teve fratura no crânio e perfuração no pulmão. A mãe teve as duas pernas fraturadas.

    Ambas estavam internadas em estado grave nesta terça na Santa Casa de São Paulo.

    Fatores para queda de árvore

    CUPINS

    A árvore que provocou a morte de Mônica tinha 13 metros de altura e seu tronco media quase um metro de diâmetro, de acordo com laudo da prefeitura. O documento diz que a árvore havia sido danificada por cupins, mas que "não foi possível prever a queda", porque eles haviam danificado "a parte interna".

    O laudo municipal diz que "aparentemente a árvore encontrava-se com aspecto saudável, tanto na copa quanto no caule, não tendo características que pudessem ser observadas antes da queda".

    O delegado Eder Pereira e Silva, do 12º DP da capital, no Pari, instaurou nesta terça um inquérito para investigar as causas da queda da árvore que causou a morte de Mônica e as lesões em Dayse e na filha, Maria Luiza. A natureza do inquérito é de homicídio culposo (sem intenção) e lesão corporal dolosa.

    O delegado disse que encaminhou um ofício à Subprefeitura da Mooca com pedido do nome do responsável pela manutenção das árvores na região para que pudesse ouvi-lo. A prefeitura não quis comentar a instauração do inquérito pela Polícia Civil.

    GASTOS

    O portal da transparência da prefeitura, para 2015 e 2016, lista um total orçado de R$ 13,4 milhões para a manutenção de árvores na cidade de São Paulo. Mas, de acordo com dados do próprio site, nenhum real foi empenhado nem executado na ação.

    A gestão Fernando Haddad (PT) afirmou que deve haver um erro no portal, porque esses recursos, desde 2015, são destinados às subprefeituras, que fazem a administração de acordo com as necessidades de cada região.

    Colaborou o "Agora"

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024