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    Motoristas de SP vão parar na quinta (19) e ameaçam radicalizar na segunda

    LEANDRO MACHADO
    GUILHERME BRENDLER
    DE SÃO PAULO
    MARINA ESTARQUE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/05/2016 16h30

    Após uma paralisação de duas horas na manhã desta quarta (18) prejudicar 1,5 milhão de passageiros, os motoristas de ônibus de São Paulo dizem que vão cruzar os braços de novo na tarde desta quinta (19) e já ameaçam radicalizar na semana que vem.

    O protesto que ameaça fechar todos os terminais da capital está previsto hoje das 14h às 16h, mas tende a provocar transtornos por mais tempo, afetando a volta do trabalho.

    A categoria, que pede aumento salarial, anunciou que, se não houver acordo, haverá nova greve na segunda (23), desta vez pelo dia inteiro.

    Na manifestação desta quarta nos 29 terminais da cidade, a prefeitura estimou que um terço dos 4,5 milhões de usuários foram afetados. Os reflexos foram sentidos além do período da paralisação -entre as 10h e as 12h.

    O sindicato dos condutores reivindica reajuste de 5%, mais a correção da inflação, Participação nos Lucros e Resultados de R$ 2.000 e outros benefícios. O sindicato patronal (SP Urbanuss) propõe aumento de 2,31% e pede mais repasses da prefeitura.

    O presidente do sindicato dos motoristas, Valdevan Noventa, atribuiu responsabilidade ao prefeito Fernando Haddad (PT) por benefícios que elevaram os custos do sistema -passe livre para alunos da rede pública, por exemplo.

    "Ele concedeu 600 mil gratuidades [a passageiros], aumentou o tempo do Bilhete Único. Quem vai pagar essa conta?", questionou. "Se o prefeito achou que ia fazer assistencialismo para se manter no cargo, ele caiu do cavalo."

    O presidente do SP Urbanuss, Francisco Christovam, disse que, "depois dos aumentos dados nos anos anteriores", o reajuste de 2,31% é o máximo que se pode chegar.

    O secretário Jilmar Tatto (Transportes) afirmou que "a prefeitura tem cumprimento rigorosamente os contratos".

    Nesta quarta, houve passageiros obrigados a desembarcar na chuva e outros que tiveram de sair do ônibus após acabar de pagar a tarifa.

    "Eles [fiscais] falaram que era o último ônibus. Todo mundo entrou. Na saída do terminal, [os manifestantes] não deixaram o ônibus sair. Pagamos a passagem, mas não querem nos reembolsar", reclamou a radiologista Lays Oliveira Margutti, 22, no terminal Bandeira (centro).

    Nelcy Borges, 70, e Dirce Messias, 82, estavam em um ônibus que parou a centenas de metros do terminal João Dias (zona sul). Tiveram que andar na chuva. Borges havia levado a amiga, que tem doença de chagas, a uma consulta no Hospital das Clínicas.

    Raio-x Onibus

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