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    Roubos voltam a crescer, e homicídios têm leve queda no Estado de São Paulo

    DE SÃO PAULO

    25/05/2016 17h21

    Danilo Verpa/Folhapress
    O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho.
    O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho

    O número de roubos voltou a crescer no Estado de São Paulo, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (25) pela Secretaria da Segurança Pública. O total de casos passou de 25.315 em abril de 2015 para 26.778 no mesmo mês deste ano (5,8%).

    Por outro lado, as estatísticas oficiais apontaram para mais uma queda no número de homicídios dolosos (intencionais). Esses passaram de 359 para 348, sempre na comparação de abril do ano passado com o mesmo mês deste ano.

    A queda do número de vítimas de homicídio ocorreu tanto no Estado (3,1%), em geral, como se considerada apenas a capital (5,2%, de 97 para 92 registros). Se contabilizado pelo número de casos (cada boletim de ocorrência pode ter mais uma vítima), como o governo vinha contabilizando até o começo do ano, há um avanço de 1,8% (327 para 333) e 7,4% (81 para 87) nesses registros, respectivamente.

    A contagem pelo número de vítimas é o padrão internacional usado para o cálculo da taxa de homicídios (total de mortos para cada 100 mil habitantes). Até o começo do ano, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) utilizava o número de casos, mas mudou seu critério após reportagem da Folha ter apontado essa falha. Agora, publica as duas, mas com destaque à contagem por vítimas.

    Para o secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, os números divulgados sobre homicídio mostram uma estabilidade, com pequeno crescimento de casos e pequena redução de vítimas. "Esses números revelam uma estabilidade nos homicídios aqui no Estado de São Paulo. Confirmam que o Estado continua tendo o menor número por grupo de 100 mil habitantes. Confirma uma tendência de queda", afirmou ele.

    A taxa paulista para homicídios nos últimos 12 meses é de 8,76 para cada 100 mil habitantes.

    Vítimas de homicídio doloso (intencional)* - De janeiro a abril

    Já os roubos cresceram no Estado, na Grande São Paulo e no interior. Só houve redução na capital, o que, para o secretário, foi a melhor notícia dos dados divulgados nesta quarta-feira.

    O crescimento dos roubos no Estado foi de 5,78% em abril (25.315 para 26.778), a terceira elevação seguida. Na Grande SP e no interior a crescimento foi de 12,4% (5.639 para 6.340) e 14% (6.729 para 7.671), respectivamente. O secretário culpou a crise financeira pelo aumento de roubos. "É inegável. Nós estamos vivendo uma crise econômica no país, que está gerando desemprego. E desemprego gera esse tipo de ocorrência, é natural isso. Não só em São Paulo é assim."

    Falou sobre a crise para excluir como causa do aumento dos roubos a soltura de adolescentes infratores pela gestão Alckmin (PSDB).

    Conforme reportagem da Folha desta quarta, desde o início do ano, 269 menores foram liberados em seis regiões da Grande SP por falta de vagas em unidades da Fundação Casa. Desses, 107 ocorreram em maio –período em que ocorreu uma greve dos funcionários da Fundação Casa. Para o secretário, este é um assunto que não é competência de sua pasta, por se tratar de adolescentes.

    roubos (em milhares)* - De janeiro a abril

    Essa foi a primeira apresentação de dados estatísticos feita por Mágino, que assumiu neste mês o lugar de Alexandre de Moraes, de quem era secretário-adjunto da Segurança. Moraes deixou o governo para assumir o Ministério da Justiça na gestão interina de Michel Temer (PMDB).

    Neste mês, não houve fatiamento da divulgação desses dados. Secretário desde janeiro de 2015, Moraes adotou a divulgação parcial dos dados, priorizando a divulgação de dados positivos. O secretário, na ocasião, negou a estratégia. O ex-secretário só deixou de fazer a reunião com jornalistas para apresentar os dados no mês passado, às vésperas de ser anunciado como ministro.

    Também houve crescimento dos estupros no Estado, capital e Grande SP.. Houve pequena queda no interior. No Estado foram de 742 para 760 (2,4%), capital de 167 para 173 (3,6%) e na Grande SP de 119 para 138 (16%). A queda do interior foi de 456 para 449 (1,5%).

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