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    Rio de Janeiro

    'Chorei quando vi o vídeo', diz avó de garota estuprada em morro do Rio

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    26/05/2016 17h03

    Gabriel de Paiva - 26.mai.2016/Agência O Globo
    Adolescente, vítima de estupro coletivo, deixa hospital ao lado da mãe, no Rio
    Adolescente, vítima de estupro coletivo, deixa hospital ao lado da mãe, no Rio

    Eram 15h de quarta-feira (25) quando a família de C.P., 16, recebeu o telefonema de um vizinho. Ele relatava que a adolescente havia sido estuprada no morro da Barão, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Segundo ele, o crime havia sido registrado em um vídeo, numa rede social.

    Os parentes da adolescente foram para a frente do computador e viram a cena –de cerca de 40 segundos– que deu início à uma investigação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.

    Mãe de um menino de três anos, a jovem estava deitada numa cama, seminua, e observada por um grupo de pessoas. A suspeita é que 33 homens tenham violentado a adolescente, como ela relatou depois.

    O vídeo logo circulou pelas redes sociais, e, nas imagens, a vítima aparece nua, ferida e desacordada. Na gravação, um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de estupro.

    "Chorei quando vi o vídeo. Choramos todos. Me arrependi de ter visto. Quando ouvimos a história, não acreditávamos no que estava acontecendo. É uma aflição muito grande. É uma situação deprimente", disse a avó materna da adolescente, que pediu para não ser identificada.

    Editoria de Arte/Folhapress
    ONDE FOI O CRIME Caso é investigado pela Polícia Civil e Ministério Público do Rio

    VOLTOU PARA CASA

    À Folha a avó materna contou que a adolescente saiu de casa na sexta (20) dizendo que ia visitar amigas no morro da Barão. Só voltou na tarde de terça (24). Vestia roupas de homem e estava sem o telefone celular. Após uma noite de sono, acordou na quarta (25) dizendo que iria buscar o aparelho na favela.

    "Depois que vimos o vídeo, o assunto começou a se espalhar e, horas depois, ela retornou à casa levada por um agente comunitário do morro", disse a avó.

    A jovem prestou depoimento na delegacia durante a madrugada desta quinta (26). Depois, foi encaminhada a um hospital onde recebeu um coquetel de medicamentos para evitar doenças sexualmente transmissíveis.

    Desde então, a adolescente está em casa com os pais e a avó materna. "Ela não está bem. Está muito confusa. A coisa foi muito séria."

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