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    Manifestantes fazem protesto no Rio e dizem que não houve estupro

    DO RIO

    30/05/2016 21h08 - Atualizado às 21h11

    Manifestantes fizeram um protesto no início da tarde desta segunda-feira (30) para contestar as acusações de estupro da adolescente de 16 anos.

    Os manifestantes protestaram na Praça Seca, em frente à favela onde o crime aconteceu, a Barão, na zona oeste do Rio.

    Vídeos do protesto divulgados na internet mostram um grupo de cerca de 50 pessoas em motos e a pé erguendo cartazes com frases como "Não houve estupro", "Não houve 33", "Aqui não tem estuprador" e "Nenhuma comunidade aceita estuprador".

    Em entrevista nesta segunda, a delegada Cristiana Bento, que assumiu no último domingo (29) as investigações do caso, afirmou não ter dúvida de que o crime aconteceu.

    "A minha convicção a é de que houve estupro. Está lá no vídeo, que mostra um rapaz manipulando a menina. O estupro está provado. O que eu quero agora é verificar a extensão desse estupro, quantas pessoas praticaram esse crime", disse a delegada.

    A investigação teve início após um vídeo da jovem, nua e desacordada, ser postado em redes sociais na terça-feira (24). Na gravação, um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de estupro.

    Dois dos sete suspeitos foram presos nesta segunda-feira. Raí de Souza se entregou à polícia e o jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, foi detido na porta de um restaurante no centro do Rio, em torno de 15h30. Outros quatro estão foragidos. Na tarde desta segunda, a adolescente identificou um sétimo suspeito. A Polícia Civil vai avaliar se pedirá a prisão dele.

    Segundo o Centro de Operações, o protesto na Praça Seca começou por volta das 13h30 e provocou interdições momentâneas na rua Cândido Benício. Uma hora depois, o protesto acabou e a via foi liberada.

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    CRONOLOGIA DO CASO

    21.mai.2016 - A adolescente é estuprada de madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk

    24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo seu circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico e tentar reaver seu celular, que havia sido roubado

    25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre a gravação, em que um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar como estupro, além da conjunção carnal, atos libidinosos

    26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML (Instituto Médico Legal)

    27.mai.2016 - Ela presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; a polícia localiza a casa em que o estupro aconteceu

    28.mai.2016 - A então advogada da vítima, Eloísa Samy, pede à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers. Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia"

    29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio passa o comando das investigações à delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima); a pedido da família, a Defensoria Pública passa a defender a menina, que entra em programa de proteção do Estado

    30.mai.2016 - Polícia Civil realiza operação para prender seis suspeitos de participar do crime; quatro continuam foragidos

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