Entre o cuidado com a família e as delícias que fazia na cozinha, Izaura Delneri Stabile lembrava a figura de uma típica "mamma" italiana. O estereótipo, porém, era traído por sua personalidade. Longe de ser impulsiva e crítica, estava sempre calma, sorridente, não gostava de se intrometer nem na vida dos filhos.
Filha de imigrantes italianos, ela cresceu auxiliando os pais no pequeno sítio que tinham na área rural de Birigui (a 507 km de São Paulo).
Deixou a escola cedo para ajudar na lavoura de arroz, trabalho que manteve até se casar, pouco depois dos 20.
Ermes já tinha sido vizinho da família de Izaura na Itália e era vizinho da jovem no interior paulista, quando os dois se apaixonaram.
Casados, foram para a área urbana de Birigui e abriram a "Casa Esperança", uma pequena venda que funcionou por décadas na cidade.
Alternava a ajuda ao marido na loja com os cuidados da casa e dos filhos. Supervisionava os estudos, fazia costuras e crochês, além de pratos maravilhosos, sem nunca tirar o sorriso do rosto.
Família e amigos esperavam as datas comemorativas para comer a famosa pizza de sardinha de dona Izaura. A preparação começava cedinho, quando todos ainda tomavam café da manhã.
Viúva havia mais de dez anos, ela mantinha seus afazeres e a sua alegria típica.
Apesar dos problemas de saúde que desenvolveu nos últimos anos, conseguiu ver o casamento da primeira neta no final do ano passado.
Morreu dia 23, aos 87 anos, após metástase de um câncer de mama. Deixa seis filhos, um irmão, noras e oito netos.
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