• Cotidiano

    Sunday, 19-May-2024 19:53:44 -03

    Fechado, parque em área nobre acumula mato à espera de laudo

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    02/06/2016 02h00

    Campo de futebol, quadra de tênis, aparelhos de ginástica para a terceira idade, pista de caminhada, ciclovia, playgrounds e amplo espaço de lazer em meio a uma área nobre da zona oeste de SP. Mas toda essa estrutura do parque Leopoldina Orlando Villas-Boas, na Vila Leopoldina, está há mais de um ano fechado ao público por uma determinação da Justiça.

    Para ser reaberto, o parque, hoje cheio de mato, aguarda a finalização de relatório de impacto ambiental e a definição de impasses entre a Prefeitura de São Paulo e a Sabesp, empresa de água do governo de SP, dona do terreno.

    A origem do imbróglio está na contaminação do terreno, quando a área era utilizada como estação de tratamento de esgoto (desativada em 1989) e uma usina de compostagem (fechada em 2004). Após décadas de uso, o terreno ficou deteriorado e há indícios de acúmulo de óleo de máquinas no solo, além de resquícios de lodo proveniente do tratamento do esgoto.

    Mesmo ciente da contaminação, que somente os relatórios poderão apontar se são ou não prejudiciais à saúde, a prefeitura firmou um acordo com a Sabesp e criou um parque na área, em 2011.

    Em março do ano passado, porém, o Ministério Público conseguiu o fechamento do parque, ao alegar que os poluentes do terreno poderiam trazer risco à saúde. Segundo a promotoria, o parque foi inaugurado antes de efetuados os estudos definitivos sobre a contaminação da área e antes de iniciado o processo de recuperação ambiental.

    A Justiça então exigiu a realização de uma nova avaliação ambiental do local. A Sabesp se comprometeu a entregar o relatório em outubro do ano passado. Mas uma primeira versão recebeu questionamentos da Cetesb (companhia ambiental estadual) e um novo relatório deve ser entregue somente em julho próximo.

    Enquanto isso, as estruturas do parque deterioram em meio ao mato alto. O gramado, com cem metros de comprimento e que chegou receber torneios amadores de futebol, abriga hoje árvores maiores do que as traves dos gols. Os portões de acesso ao parque também estão cercados por mato alto. Apesar do aparente abandono, a prefeitura (com a posse do terreno) diz que mantém ações de conservação do parque e só aguarda a entrega do relatório da Sabesp para poder reabrir o parque.

    Já a Sabesp quer negociar a assinatura de um decreto de utilidade pública para a área.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024