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Cotidiano
Wednesday, 08-May-2024 02:58:39 -03Aida Boal (1929-2016)
Mortes: Arquiteta, fazia homenagens com seus projetos
FERNANDA PEREIRA NEVES
DE SÃO PAULO03/06/2016 00h00
Ao redor do imponente estádio do Maracanã, estão seus portões igualmente grandiosos. No principal, o símbolo das Olimpíadas, enquanto, nos laterais, figuras masculinas arremessam discos, em uma referência à escultura grega de Discóbolo.
Aida Boal tinha apenas 18 anos quando projetou os portões. Fazia o segundo ano da Faculdade Nacional de Arquitetura -atualmente, parte da UFRJ- e trabalhava na Alumínio Ferro Construtora.
Carioca, ela alternou, desde pequena, a ajuda na padaria do pai e as brincadeiras com os irmãos. Mas eram mesmo os desenhos a sua grande paixão, e também o que a levou à arquitetura.
Formada, deixou os portões para se dedicar às casas, prédios, restaurações. Sempre buscando harmonia, beleza.No sítio que fez para a família, em Petrópolis, ganhou um novo desafio: a harmonia dos interiores. Teve que preencher as várias salas pedidas pelo marido, Ivan, durante a criação do projeto e, logo, estava também comercializando mesas e cadeiras.
Foram inúmeras exposições, mostras, premiações. Desenhava, esculpia até nas horas vagas. Trocava decisões sobre pratarias e menu para fazer protótipos. Até 200 desenhos para cada cadeira.
Doce, carinhosa, Aida usava também seus projetos para homenagear pessoas queridas. Mesas ganharam nomes de suas filhas: Angela e Luciana. Cadeiras eram chamadas como a amiga Paola e a afilhada Cristina. Mas a cadeira Maria, em homenagem à neta, acabou ficando no papel.
Morreu dia 27, aos 86, após parada cardiorrespiratória. Deixa duas filhas e uma neta.
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