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    Rio de Janeiro

    Jogador preso sob suspeita de estupro de adolescente no Rio pode ser solto

    RONALD LINCOLN JR.
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    02/06/2016 23h47

    O jogador de futebol Lucas Perdomo, 20, preso desde segunda (30), sob suspeita de participação no estupro de uma garota de 16 anos na zona oeste do Rio, pode ser solto nesta sexta-feira (3).

    A soltura, pedida pela defesa do rapaz, recebeu aval da delegada Cristiana Bento, responsável pela investigação. Segundo advogados de Perdomo, a decisão foi confirmada pela Justiça na noite desta quinta (2) –mesmo dia em que ele e outro suspeito, Rai de Souza, 22, foram transferidos ao presídio Bangu 10.

    Por causa da hora, o jogador de futebol só vai poder deixar o presídio de Bangu 10, para onde foi enviado nesta quinta (2), na sexta-feira (3).

    Perdomo vai continuar sendo investigado, mas poderá se defender em liberdade. Os familiares de Perdomo comemoraram a decisão. "Está ótimo. O importante é que [seja] solto", disse Silvio Duarte Santos, pai do jogador.

    A delegada Cristiana Bento afirmou que "está muito no início para afirmarmos que ele é inocente, mas, até agora, a gente não teve provas suficientes da participação dele, por isso pedi a soltura". "Ele continua envolvido [no inquérito]. O caso não acabou."

    O jogador teria sido namorado da vítima de estupro e, segundo ela, foi com ele que ela se encontrou no baile funk no dia do crime. Ele nega envolvimento no estupro. De acordo com a defesa do jogador, ele foi até a casa onde ocorreu o estupro com outra menina, enquanto a vítima teria ido com Rai de Souza, 22, outro suspeito já detido.

    Rai de Souza e Raphael Belo, 41, continuam presos. Nesta quinta, a polícia pediu a prisão de mais dois homens. Com isso, há cinco suspeitos foragidos.

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    CRONOLOGIA DO CASO

    21.mai.2016 - A adolescente é estuprada de madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk

    24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo seu circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico e tentar reaver seu celular, que havia sido roubado

    25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre a gravação. No vídeo, em meio a risadas, um grupo de homens toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar como estupro, além da conjunção carnal, atos libidinosos

    26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML (Instituto Médico Legal)

    27.mai.2016 - Ela presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; a polícia localiza a casa em que o estupro aconteceu

    28.mai.2016 - A então advogada da vítima, Eloísa Samy, pede à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers. Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia"

    29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio passa o comando das investigações à delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima); a pedido da família, a Defensoria Pública passa a defender a menina

    30.mai.2016 - Polícia Civil realiza operação para prender seis suspeitos de participar do crime; Rai de Souza, 22, e Lucas Perdomo, 20, são detidos

    31.mai.2016
    A vítima e sua família entram no programa federal de proteção à testemunha, o que significa que a menina pode ganhar uma nova identidade e deixar o Rio

    1º.jun.2016
    Um terceiro suspeito se apresenta à polícia. Raphael Duarte Belo, 41, aparece no vídeo fazendo uma selfie ao lado do corpo da jovem

    2.jun.2016
    Polícia Civil do Rio pede a prisão de mais dois homens: Moisés de Lucena, que foi acusado pela vítima de tê-la segurado, e um homem identificado como Jeferson. Com isso, passam a ser oito os suspeitos de envolvimento no crime

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