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    Rio de Janeiro

    Investigado em caso de estupro, jogador liberado quer retomar carreira

    RONALD LINCOLN JR.
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    03/06/2016 18h33 - Atualizado às 20h08

    O jogador Lucas Perdomo, um dos suspeitos no caso de estupro de uma menina de 16 anos na zona oeste do Rio, foi liberado no início da noite desta sexta-feira (3) do presídio Bangu 10 no Rio.

    Perdomo deu entrada no presídio na quinta (2), após passar quatro dias em detenção na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, zona norte. "Agora é bola para frente. Ficou provado que sou inocente. Só quero retomar minha carreira", afirmou Lucas.

    Apontado como namorado da vítima, ele disse que não tinha vínculo com a adolescente e não quis falar mais sobre o caso. Familiares esperaram tensos a saída do rapaz.

    "Agora não tem mais baile, ele só vai trabalhar", disse o pai, Silvio César Duarte Santos. Lucas tem a expectativa de voltar a treinar no Boavista. Ele atuava na equipe profissional do clube, da primeira divisão do Rio, mas ainda não sabe se poderá voltar ao elenco. O Boavista chegou a suspender o contrato com o jogador no início da semana.

    "O importante é resolver todo esse processo e depois pensa nas outras coisas", disse Leila Perdomo, mãe do jovem. "A comemoração só vai ser completa quando o nome dele estiver completamente limpo", o pai.

    No dia anterior, a delegada Cristina Bento, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, responsável pelo caso, afirmou que não tinha provas suficientes para que o jogador continuasse preso.

    "Está muito no início para afirmarmos que ele é inocente, mas, até agora, a gente não teve provas suficientes da participação dele, por isso pedi a soltura", disse Cristiana. "Ele continua envolvido, o caso não acabou."

    CRONOLOGIA DO CASO

    21.mai.2016 - A adolescente é estuprada de madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk

    24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo seu circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico e tentar reaver seu celular, que havia sido roubado

    25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre a gravação. No vídeo, em meio a risadas, um grupo de homens toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar como estupro, além da conjunção carnal, atos libidinosos

    26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML (Instituto Médico Legal)

    27.mai.2016 - Ela presta mais dois depoimentos à polícia, assim como dois dos suspeitos de participar do crime; a polícia localiza a casa em que o estupro aconteceu

    28.mai.2016 - A então advogada da vítima, Eloísa Samy, pede à Promotoria do Rio o afastamento do delegado Alessandro Thiers. Segundo Samy, Thiers estava tratando o caso com "machismo e a misoginia"

    29.mai.2016 - Pressionada, a Polícia Civil do Rio passa o comando das investigações à delegada Cristiana Bento, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima); a pedido da família, a Defensoria Pública passa a defender a menina

    30.mai.2016 - Polícia Civil realiza operação para prender seis suspeitos de participar do crime; Rai de Souza, 22, e Lucas Perdomo, 20, são detidos

    31.mai.2016
    A vítima e sua família entram no programa federal de proteção à testemunha, o que significa que a menina pode ganhar uma nova identidade e deixar o Rio

    1º.jun.2016
    Um terceiro suspeito se apresenta à polícia. Raphael Duarte Belo, 41, aparece no vídeo fazendo uma selfie ao lado do corpo da jovem

    2.jun.2016
    Polícia Civil do Rio pede a prisão de mais dois homens: Moisés de Lucena, que foi acusado pela vítima de tê-la segurado, e um homem identificado como Jeferson. Com isso, passam a ser oito os suspeitos de envolvimento no crime

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