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    Rio de Janeiro

    Capitão da Marinha morre em voo de wingsuit na Pedra da Gávea, no Rio

    FABIO BRISOLLA
    DO RIO

    06/06/2016 18h40 - Atualizado às 19h24

    O capitão de fragata da Marinha Fernando Antônio Rezende Brito, 42, morreu durante um voo de wingsuit –traje especial usado por paraquedistas para planar durante a queda livre– no entorno da Pedra da Gávea, no Rio.

    Brito saltou neste domingo (5) do alto da montanha, a aproximadamente 850 metros de altura, e desapareceu. Seu corpo foi localizado na tarde desta segunda-feira (6) pelo Corpo de Bombeiros na mata abaixo da Pedra da Gávea. Em razão do mau tempo, será retirado nesta terça (7).

    O voo de wingsuit neste trecho é extremamente arriscado. Mesmo entre os praticantes desta modalidade, são poucos os que se atrevem a percorrer o trajeto.

    Brito fazia parte do seleto grupo de atletas que desbravou a Gávea e lançou o Rio de Janeiro como um point internacional para a prática de wingsuit. O primeiro a arriscar um salto por lá foi o canadense Rob Heron, em 2010.

    Desde então, a cidade passou a receber praticantes de todos os pontos do planeta. Brito ficou conhecido entre estes visitantes. Era um frequentador assíduo da Gávea e acumulava 17 anos de prática de paraquedismo.

    Percorreu dezenas de vezes a rota entre o alto da Gávea e a praia de São Conrado, na zona sul carioca. É um percurso com 1 quilômetro de extensão em que o atleta atinge uma velocidade aproximada de 180 km/h.

    Ao saltar da Pedra da Gávea, o praticante de wingsuit é obrigado a direcionar seu traje especial a fazer uma curva para a direita. A partir daí, ele vai planando, em queda livre, tendo a seu lado o paredão da Gávea.

    Quando se distancia da montanha, o atleta aciona o paraquedas e pousa na praia de São Conrado. Um dos riscos conhecidos por qualquer atleta que cogita planar ao redor da Pedra da Gávea: no trecho em que está próximo ao paredão, se algo der errado, não há tempo para acionar o paraquedas.

    Em julho de 2015, Brito perdeu um amigo: o paulista Fernando Monteiro Gonçalves, 36, que morreu durante um voo com wingsuit na Pedra da Gávea. Dias antes do acidente, os dois saltaram juntos de um avião, de paraquedas, para a filmagem de uma propaganda publicitária.

    No último post feito Brito por em uma rede social, publicado no tarde de sábado (4), ele postou uma foto do alto da Pedra da Gávea completamente tomada por neblina. E escreveu: "Acho que hoje não vai ter pulo. Mesmo assim valeu a trilha."

    Em outra rede social, ele publicou a mesma foto e postou outra mensagem: "Só pula, quem sobe... mas nem sempre quem sobe, pula".

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