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    Crise da água

    Umidade da Amazônia traz chuva e frio intenso ao Sudeste nesta semana

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    07/06/2016 02h00 - Atualizado às 08h41

    Ventos carregados com umidade da Amazônia são os responsáveis pelas intensas chuvas em São Paulo nos últimos dias e que provocará acentuado declínio das temperaturas no decorrer da semana.

    Conhecidos como correntes de jato, explica a especialista, eles carregam umidade da região Norte (Amazônia) para o Sudeste. Essa configuração, porém, deve ser rompida ao longo da semana. A chuva deve sair de cena nesta quarta-feira (8), e quem chega a São Paulo é o frio. As mínimas devem ser de 7°C ou 8°C de sexta a domingo.

    Nos seis primeiros dias do mês de junho, cinco dos seis sistemas de abastecimento da Grande São Paulo acumularam água acima da média histórica para todo o mês. Tudo por causa do volume significativo de chuva neste mês de junho em São Paulo, bastante atípico para esta época do ano, de acordo com os meteorologistas.

    "O volume alto de chuvas no Sudeste é por causa dos ventos em altos níveis da atmosfera", diz Olívia Nunes, meteorologista da Somar.

    ÁGUAS DE JUNHO - Em seis dias, chuva em reservatórios da Grande SP bateu a média histórica do mês

    No caso do Cantareira, que passou pela pior crise de sua história em 2014 e 2015, foram 129,8 mm de chuva nos seis primeiros dias do mês, enquanto a média histórica de junho inteiro é de 58,1 mm. Se nos dois anos anteriores a seca gerou graves problemas para os dirigentes da Sabesp e para a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), neste ano as chuvas causam preocupação totalmente oposta.

    Desde sábado (4), informa a Sabesp, o túnel que faz a ligação de todas as demais represas do Cantareira com a Paiva Castro, a última do sistema antes da distribuição para a população, está fechado. A manobra serve para evitar que a represa transborde.

    A Sabesp também aumentou a saída de água do sistema Cantareira para 33 mil litros por segundo, o mesmo nível de antes da crise. No ano passado, em meio a seca severa, as chuvas registradas em todas as represas do Cantareira nos 30 dias de junho geraram um acúmulo de somente 39,7 mm. À época, o principal sistema da Grande SP operava com 15,6% de sua capacidade –agora está com 54,1%.

    Nível dos reservatórios - Represas estão mais cheias do que durante a crise hídrica em 2015

    CHUVA NA CAPITAL

    A forte chuva que caiu sobre São Paulo na tarde desta segunda-feira (6) deixou a cidade inteira em estado de atenção, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura.

    O córrego Ipiranga transbordou e, de acordo com os Bombeiros, ao menos 50 árvores caíram na região metropolitana, sem deixar vítimas. A chuva também alterou a visibilidade nos aeroportos de Congonhas e Cumbica, que não fecharam, mas operaram com auxílio de aparelhos.

    Até esta segunda, havia chovido na cidade 137,9 mm em junho –305% da média histórica do mês. Só ontem (6/6), foram 60% da média. "O volume alto de chuvas no Sudeste é por causa dos ventos em altos níveis da atmosfera", diz Olívia Nunes, meteorologista da Somar.

    Infográfico: Reservatórios da Grande SP

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