Em meio à onda de frio, um morador de rua, Adilson Roberto Justino, morreu em São Paulo, na madrugada de domingo (12), quando foi registrada a segunda menor temperatura do ano na cidade.

Segundo a Secretaria de Segurança, por volta das 4h, uma pessoa chamou a polícia após se deparar com o homem aparentemente convulsionando na calçada da avenida Paulista, região central. Quando a ambulância chegou, Justino já estava sem vida. Não havia sinais de violência física.

O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), que deve apontar a causa da morte. Na sexta (10), outro homem, João Carlos Rodrigues, 55, morreu próximo à estação Belém, na zona leste.

A gestão Haddad (PT) afirma que não encontrou registros na rede de serviços para a população em situação de rua em nome de Justino.

Segundo o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, a prefeitura precisa dar uma resposta urgente para evitar mais mortes.

Ele afirma que faltam vagas em centros de acolhida nas áreas de maior demanda, como a região central, a Vila Leopoldina (zona oeste) e a Mooca (zona leste). "Esses locais estão em uma situação crítica", diz. "Não adianta dizer para o morador da Mooca ir para o abrigo da Lapa."

Segundo o último censo de 2015, a cidade tem 15.905 moradores de rua. A prefeitura diz que há 10 mil vagas fixas em abrigos. Com o plano de contingência para o frio, o total atingiu 11.200. Na madrugada de sexta, foram 10.963 atendimentos. A ida ao abrigo é voluntária.

A prefeitura afirma que não deixou de receber nenhum morador de rua nos últimos dias e que deve abrir novas vagas na Mooca nesta semana.

PRIMEIRO CASO

Na última sexta (10), um homem de 55 anos que dormia sob um pedaço de papelão morreu em frente à estação Belém, na zona leste. Nesse dia, a capital teve a madrugada mais fria em junho em 22 anos.

Durante toda essa noite, a prefeitura realizou 10.963 acolhimentos de moradores de rua como parte do Plano de Contingência para Situações de Baixas Temperaturas da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

Quem encontrar um morador de rua precisando de ajuda pode ligar para o 156 e comunicar a Cape (Coordenadoria de Atendimento Permanente e de Emergência).

Colaborou o "Agora"

	Divulgação
	Corpo de morador de rua que dormia em frente a estação do metrô Belém, na zona leste de SP