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    Polícia apura estupro coletivo contra menino de 9 anos em escola no Ceará

    RENATO SOUSA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FORTALEZA (CE)

    14/06/2016 17h36

    Google Street View/Reprodução
    Escola municipal Gabriel Cavalcante, em Fortaleza, onde a Polícia Civil apura o estupro coletivo de uma criança
    Escola municipal Gabriel Cavalcante, em Fortaleza, onde a Polícia Civil apura o estupro coletivo de uma criança

    A Delegacia da Criança e do Adolescente começou nesta terça-feira (14) a ouvir depoimentos dos envolvidos num estupro coletivo no Ceará, onde cinco meninos –de 9 a 13 anos– atacaram um garoto de 9 anos numa escola pública de Fortaleza.

    Segundo o pai, que falou com a Folha na condição de não ser identificado, o menino toma medicação em virtude de Transtorno de Déficit de Atenção e sofre bullying na escola. Ele já foi inclusive vítima de agressões anteriormente.

    O caso foi relatado na segunda (6), quando os pais do menino registraram um boletim de ocorrência. Segundo o documento, o garoto estava chorando quando foi pego pelos pais, na escola municipal Gabriel Cavalcante.

    Segundo o pai, desde o crime, o menino ficou mais agitado que o normal e com dificuldades para dormir. "Nem os remédios dele estão mais funcionando", declara.

    Os cinco meninos, de acordo com o boletim, imobilizaram a vítima e a estupraram dentro da escola. O garoto não gritou, pois o grupo desferia socos contra ele toda vez que se movia.

    Ainda segundo o documento, a escola não prestou assistência à vítima após o crime, limitando-se, após denúncia ao conselho tutelar, a prometer a suspensão dos alunos apontados como agressores.

    De acordo com o pai, o exame de corpo de delito confirmou o estupro. A delegacia informou, porém, que ainda não recebeu o documento.

    Segundo Jailton Rodrigues, inspetor-chefe da Delegacia da Criança e do Adolescente, até a tarde desta terça apenas a vítima e seus responsáveis foram ouvidos. Ele diz que o caso corre em sigilo.

    A mãe do menino chegou a registrar um boletim de ocorrência em maio denunciando agressões físicas e psicológicas que seu filho sofria na escola. O menino já foi transferido para outra instituição de ensino.

    A Folha entrou em contato com a escola. A coordenação disse que o caso já estava com a Justiça e que não tinha mais nada a declarar.

    Procurada, a Secretaria Municipal de Educação disse, em nota: "a denúncia está sob o cuidado e o acompanhamento do Conselho Tutelar e já foi aberta sindicância para apurar o caso". Segundo a pasta, tanto a criança quanto os pais estariam sendo assistidos pela Célula de Mediação Social da secretaria.

    Casos de estupros coletivos tem repercutido no país nas últimas semanas. No Rio, uma adolescente de 16 anos foi estuprada por mais de 30 homens numa favela da cidade.

    O Piauí registrou suspeitas de estupros coletivo pela terceira vez em um ano. No ano passado, em Castelo do Piauí, cinco homens estupraram quatro jovens –uma delas morreu.

    COMISSÃO DA CÂMARA

    A Câmara Municipal de Fortaleza, através da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Mulher, da Juventude e do Idoso, deve ouvir a escola sobre o caso.

    Segundo o presidente do colegiado, Deodato Ramalho (PT), o objetivo é saber quais foram as providências tomadas para assistir o garoto. Ele, entretanto, destaca que casos de violência dentro das instituições municipais de ensino são pouco frequentes em Fortaleza.

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