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    Haddad quer 'tendas da dengue' como abrigo a morador de rua no inverno

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO
    EDUARDO SCOLESE
    EDITOR DE "COTIDIANO"

    16/06/2016 09h58 - Atualizado às 16h44

    Fabio Braga-15.jun.2016/Folhapress
    Moradores de rua aguardam a abertura das portas de albergue para poderem se alojar
    Moradores de rua aguardam a abertura das portas de albergue para poderem se alojar

    Sob pressão, o prefeito Fernando Haddad (PT) vai anunciar na tarde desta quinta-feira (16) medidas emergenciais para atender os moradores de rua no inverno, que incluem o uso de tendas para abrigá-los em lugares públicos.

    A prefeitura avalia usar as mesmas tendas que atenderam pacientes durante a epidemia de dengue, a partir de julho. A gestão tem condições de criar até mil vagas emergenciais em quatro tendas. Para isso, tem à disposição lugares públicos, como o estádio do Pacaembu, na zona oeste da capital paulista.

    O anúncio ocorrerá um dia depois da Folha revelar que o Ministério Público vai investigar se a gestão Haddad teve eventual omissão nas mortes de ao menos cinco moradores de rua durante a onda de frio.

    O prefeito também sofre críticas por parte de membros da Igreja Católica, como o padre Julio Lancellotti, e nas redes sociais.

    Um dos pontos mais sensíveis da crise vivida pela gestão é a ação da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que mesmo no frio retira papelões e colchões dos moradores de rua. Haddad afirmou que a medida tem como objetivo evitar a "refavelização" das praças da cidade.

    ABRIGOS

    A administração municipal afirma que, desde maio, abriu 13 abrigos emergenciais com mais 1.517 vagas. No período, diz o município, já foram atendidas mais de 250 mil pessoas –11.268 só entre as noites de segunda-feira (13) e terça (14).

    Haddad afirma também ter aberto mais de 2.000 vagas fixas em albergues durante sua gestão. No último censo dessa população, de 2015, a cidade tinha 15.905 moradores de rua, sendo 8.570 abrigados (54%).

    Para o padre Julio Lancellotti, da Pastoral, "os albergues continuam burocratizados, afastando uma população heterogênea como a de rua."

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