Mesmo com a queda abrupta de temperatura e a abertura de 500 novas vagas para desabrigados, na terça-feira (21) sobraram 708 leitos nos abrigos municipais. Ao todo, mais 11 mil pessoas foram atendidas, diz a prefeitura de SP.
No segundo dia do inverno, com cerca de 15°C durante a noite, a galeria Prestes Maia, no vale do Anhangabaú, foi aberta para receber os moradores de rua da região central. Das 500 vagas, 268 ficaram ociosas.
Se o abrigo emergencial não ficou cheio, do lado de fora cerca de 50 pessoas dormiram ao relento na praça do Patriarca, onde fica um dos acessos –o outro é pelo vale do Anhangabaú.
"Pra abrigo a gente não vai. Já viu como são?", disse um dos moradores de rua que dormiam na praça da Sé.
O albergue da galeria Prestes Maia funciona das 18h às 7h e oferece janta e café da manhã, além de espaço reservado para guardar carroças.
O local também deve ter um canil em breve. Além das regras rígidas de entrada e saída, muitos moradores de rua relatam o impedimento a seus animais como uma das razões para não ir aos abrigos.
POR QUE A PROCURA É BAIXA - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo
As vagas na galeria foram criadas após uma semana de frio intenso na cidade, em que o prefeito Fernando Haddad (PT) foi pressionado pela morte de cinco desabrigados nas ruas. A Promotoria anunciou que deve abrir investigação sobre uma eventual omissão da gestão.
Além dessas vagas emergenciais, quatro tendas serão instaladas na cidade para acolher essa população.
Nelas os moradores de rua também devem receber atenção médica. Segundo a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, as unidades provavelmente serão instaladas nas regiões da Mooca, Glicério, Sé e Anhangabaú.