Num país onde todos crescem com o sonho de jogar futebol, Alberto Léo Jerusalmi conseguia destoar entre os colegas. Era sim apaixonado pelo esporte, mais ainda pelo Fluminense, mas já sabia que não decolaria como jogador, e sim nas transmissões.

Nascido no Rio de Janeiro, ele começou a carreira de jornalista em rádios e revistas. Destacou-se, porém, quando foi para a televisão, durante os anos 80. Primeiro a Bandeirantes, depois a Manchete.

Na segunda, teve sua mais popular trajetória, passando de comentarista para apresentador e, depois, para chefe da editoria de esportes. Cobriu a Copa de 1986 e a Olimpíada de 1988, além de formar, com Paulo Stein e Márcio Guedes, um famoso trio das coberturas esportivas.

Impressionava por sua memória, sempre resgatando detalhes de jogos e jogadores de anos e até décadas passadas. Nos anos 2000 chegou à TVE, onde reencontrou os dois parceiros de transmissões. Permaneceu na emissora, que se tornou TV Brasil após uma fusão, até o final.

Sempre tranquilo, era calado e evitava conflitos. Mas às vezes entrava nas brincadeiras e risadas dos colegas. Estudava e acompanhava o futebol mesmo fora do trabalho, ficando ainda mais dedicado nos últimos anos. Estava sempre pesquisando e colhendo materiais para seu próprio livro. Conseguiu terminar, mas não publicar.

Gostava de caminhadas pelo calçadão de Copacabana ouvindo música, geralmente Beatles e Elton John. Morreu dia 23, aos 65 anos, em decorrência de um câncer. Deixa dois irmãos, três sobrinhos e muitos amigos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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