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    tragédia no rio doce

    Samarco faz obra e desmata sem autorização, diz Ministério Público

    JOSÉ MARQUES
    DE BELO HORIZONTE

    05/07/2016 18h34

    Alexandre Rezende - 2.dez.2015/Folhapress
    Mariana, MG, BRASIL, 02-12-2015, 10:30h. Imagens da comunidade de Bento Rodrigues tres semanas apôs o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco que devastou a localidade. (Alexandre Rezende/Folhapress COTIDIANO) *** EXCLUSIVO FOLHA *** ORG XMIT: Alexandre Rezende
    Vilarejo de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) após o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco

    O Ministério Público de Minas Gerais afirma ter identificado irregularidades em uma obra que a mineradora Samarco faz no complexo de barragens de Germano, em Mariana (MG). Em novembro, uma barragem se rompeu no local e matou 19 pessoas.

    A intervenção, segundo a Promotoria, é próxima a um dique usado para conter a lama que escorre para os afluentes do rio Doce e não tem projeto ou responsável técnico.

    Além disso, o Ministério Público diz que a mineradora desmatou uma área de Mata Atlântica sem autorização. A vistoria foi feita na sexta (1º).

    "Na nossa visão, isso indica uma ilegalidade grave e até uma prática de crime, então nós requisitamos a vistoria pela Polícia Militar Ambiental e estamos aguardando chegar um laudo e uma eventual autuação a partir da qual vamos adotar providências cabíveis", afirmou o promotor Mauro Ellovitch nesta terça (5).

    Outro promotor, Marcos Paulo Miranda, afirma que "a área atingida virou uma verdadeira terra de ninguém". "A empresa faz o que quiser sem consultar os órgãos ambientais".

    Em nota, a Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, afirma que "prestou todos os esclarecimentos ao Ministério Público" durante a vistoria. A obra, segundo a mineradora, foi feita para retirar um material que havia caído no córrego de Santarém e depositá-lo em um aterro localizado em outra área.

    "A intervenção teve o objetivo de proporcionar acesso para auxiliar no direcionamento dos sedimentos carregados pelo córrego para o dique", diz a empresa.

    Em relação ao desmatamento, a Samarco afirma que "trata-se de uma intervenção de caráter emergencial, devidamente comunicada ao órgão responsáveis".

    "As devidas regularizações estão sendo realizadas, restando aos órgãos ambientais competentes manifestarem-se sobre os documentos apresentados", diz o comunicado.

    O Caminho da Lama

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