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    Sete carros usados em mega-assalto em Ribeirão são achados em canavial

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    08/07/2016 08h50

    A Polícia Militar localizou sete dos veículos utilizados pela quadrilha que praticou um mega-assalto a uma empresa de transporte de valores na última terça-feira (5) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).

    Os veículos foram encontrados por funcionários de uma usina de açúcar e etanol numa lavoura de cana-de-açúcar no distrito de Cruz das Posses, de acordo com a SSP (Secretaria do Estado da Segurança Pública).

    Segundo a polícia, são veículos roubados, a maioria blindados, tinham placas falsas e foram abandonados a cerca de 20 quilômetros do local do assalto. Entre eles há um furgão e um pequeno caminhão, além de carros com motores potentes.

    A polícia estima que os assaltantes usaram de 12 a 15 veículos na ação, que contou com ao menos 20 ladrões. A quadrilha usou caminhões e até uma retroescavadeira para bloquear ruas no entorno da empresa Prosegur, no bairro Campos Elíseos, a dois quilômetros do quartel da Polícia Militar na cidade.

    Alfredo Risk
    Bandidos explodem empresa de valores em Ribeirão Preto
    Bandidos explodem empresa de valores em Ribeirão Preto

    No interior dos veículos, foram encontrados documentos internos da Prosegur que mostram a movimentação financeira de carros-forte, munição e sobra de pregos utilizados para impedir a chegada de carros da polícia ao local do crime.

    MEGA-ASSALTO EM RIBEIRÃO-PRETO
    Quadrilha assalta transportadora de valores

    Além disso, o furgão, o caminhão e alguns dos veículos achados na zona rural foram flagrados por câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais na avenida da Saudade, onde fica a sede da empresa em Ribeirão.

    O grupo trocou tiros com a polícia por cerca de uma hora. Há marcas de tiros de metralhadoras.50 –usadas em baterias antiaéreas– e fuzis em imóveis das redondezas. Na fuga, um tiro matou o policial rodoviário Tarcisio Wilker Gomes, 43. A ação da quadrilha também resultou na morte do morador de rua Ubiratan Soares Berto, 38, que teve 60% do corpo queimado após ladrões atearem veículos na fuga.

    INVESTIGAÇÃO

    A investigação está sendo feita pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), com apoio de duas equipes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). A polícia ainda não tem pistas dos suspeitos de arquitetar o roubo.

    Uma chácara em que os criminosos se hospedaram nos dias que antecederam o ataque foi localizada pela polícia. Ela fica perto do km 320 da rodovia Anhanguera. No local, foram encontrados artefatos para a fabricação de bombas caseiras, luvas e perucas, possivelmente utilizados no ataque.

    O delegado João Osinski Júnior, diretor do Deinter 3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), estima que a quantia roubada chegue próximo de R$ 60 milhões, baseado nos valores de roubos anteriores. Ele disse acreditar que a quadrilha veio de São Paulo ou Campinas, cidades onde ocorreram crimes semelhantes.

    "Ninguém acredite que do dia para noite nós vamos prender os bandidos, pois a preocupação não é pegar o formiguinha, mas quebrar a espinha dorsal da quadrilha, pois senão vai acontecer isso [assalto] em tudo quanto é lugar, colocando em risco a sociedade", afirmou o delegado.

    É o quarto roubo do gênero em cidades paulistas desde novembro. Houve dois episódios em Campinas (novembro e março) e outro em Santos (abril). À exceção do caso de março, que atingiu a empresa Protege, nos outros três o alvo foi a Prosegur, incluindo o último roubo, em Ribeirão. Foram ao menos 15 ataques a veículos e empresas de transporte de valores em sete Estados.

    No vídeo é possível ouvir os disparos feitos pelo grupo durante roubo a empresa de valores

    RECOMPENSA

    O governo do Estado anunciou o oferecimento de uma recompensa de R$ 50 mil a quem der informações que contribuam para a prisão da quadrilha e dos responsáveis pelas mortes de um policial rodoviário e de um morador de rua.

    O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira (7). Segundo o Estado, o pagamento será feito por informações que efetivamente contribuam com a investigação do caso.

    De acordo com o governo do Estado, as denúncias que levem à prisão dos autores das mortes e do roubo à empresa deverão ser feitas pelo Webdenúncia. As informações fornecidas serão repassadas às polícias Civil e Militar.

    Ao término do cadastramento das informações no site, o denunciante receberá um número de protocolo e uma senha para acompanhar anonimamente o andamento da denúncia. Se a informação for importante e resultar em recompensa, o denunciante receberá um número de cartão bancário virtual para fazer o resgate da recompensa em caixas eletrônicos do Banco do Brasil.

    Roubo em Ribeirão Preto

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