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    Leia perguntas e respostas sobre o mega-assalto em Ribeirão Preto (SP)

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    08/07/2016 12h41

    Alfredo Risk
    Bandidos explodem empresa de valores em Ribeirão Preto
    Bandidos explodem empresa de valores em Ribeirão Preto

    Três dias após o mega-assalto a uma empresa de transporte de valores em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), já foram encontrados veículos usados pelos assaltantes, disfarces para não serem flagrados pelas câmeras de segurança e a chácara em que ficaram abrigados nos dias que antecederam o maior assalto da história da cidade. Mas não há pistas do destino dos assaltantes ou do dinheiro roubado.

    Na ação, uma quadrilha composta por ao menos 20 homens –o número pode chegar a 40– e que tinha armamento com potencial para derrubar até aeronaves explodiu a empresa Prosegur, na zona norte de Ribeirão.

    Duas pessoas morreram na fuga, um policial rodoviário e um morador de rua, mas a hipótese de uma terceira pessoa ter sido morta e jogada no rio Pardo, que corta a cidade, é investigada pela polícia.

    Segundo a polícia, a investigação será demorada, pois o objetivo é "quebrar a espinha dorsal da quadrilha", segundo o diretor do Deinter 3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), João Osinski Júnior.

    No vídeo é possível ouvir os disparos feitos pelo grupo durante roubo a empresa de valores

    "Ninguém acredite que do dia para noite nós vamos prender os bandidos, pois a preocupação não é pegar o formiguinha, mas quebrar a espinha dorsal da quadrilha, pois senão vai acontecer isso [assalto] em tudo quanto é lugar, colocando em risco a sociedade", afirmou.

    MEGA-ASSALTO EM RIBEIRÃO-PRETO
    Quadrilha assalta transportadora de valores

    A dificuldade em encontrar os criminosos, que podem ter fugido até em pequenos aviões, fez o governo do Estado oferecer uma recompensa de R$ 50 mil a quem der informações que contribuam para a prisão da quadrilha e dos responsáveis pelas mortes de um policial rodoviário e de um morador de rua.

    Nesta quinta-feira (7), em entrevista coletiva na capital, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que as empresas de transporte de valores precisam ter segurança adequada para não colocar em risco vizinhos e população que trafega pelas rodovias.

    "A quem cabe credenciar essas empresas e fiscalizar essas empresas? À Polícia Federal, então, é importante no credenciamento você checar, nesse local aqui o portão é blindado? O prédio é adequado? Tem a segurança à altura de volume de dinheiro que possa estar sendo armazenado ou transportado? No caso de Ribeirão Preto, as investigações estão muito céleres, nós não vamos adiantar nada para não prejudicar o trabalho investigativo", disse Alckmin.

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    PERGUNTAS E RESPOSTAS

    1. Qual foi o valor roubado?
    A Prosegur não comenta, sob a alegação de "questões de segurança"; para a polícia, o montante pode chegar a R$ 60 milhões

    2. Qual foi o caminho feito pelo dinheiro?
    Não se sabe. O comboio de assaltantes se dividiu em três, para desviar a atenção da polícia. Pelo total de veículos encontrados próximos à Anhanguera, a polícia crê que grande parte do dinheiro roubado também seguiu essa rota.

    3. Após abandonarem os carros, para onde foram os ladrões?
    Não se sabe. Os veículos foram achados perto da Anhanguera, que é uma via rápida, mas é toda monitorada por câmeras e tem bases policiais. Uma hipótese investigada é que tenham usado até mesmo pequenos aviões. A região faz parte da chamada "rota caipira" do tráfico e tem dezenas de pistas de pouso clandestinas, muitas delas em meio a canaviais como o que serviu para o abandono dos veículos da quadrilha.

    4. Quantos ladrões participaram do mega-assalto?
    Inicialmente, a polícia informou que o total era de cerca de 20 assaltantes, mas há policiais militares que já falam em 30 ou até 40 envolvidos.

    5. Por quais motivos os ladrões atearam fogo em veículos na fuga?
    Para desviar a atenção da polícia e, também, para eliminar vestígios, como impressões digitais, por exemplo. Mas marcas de dedos e mãos foram achados nos carros utilizados pela quadrilha. Na chácara em que se hospedaram nos dias que antecederam o ataque, foram achadas luvas, perucas e toucas ninja.

    6. Há uma terceira morte ligada ao assalto?
    A polícia passou a investigar a suposta morte de um morador de rua que teria ajudado a quadrilha a recolher o dinheiro na Prosegur. Ele teria ido embora com o grupo. A suspeita é que um corpo encontrado no rio Pardo –caminho pelo qual o comboio passou até chegar ao ponto de abandono dos carros– seja desse morador. Se confirmada, será a terceira morte provocada pelo ataque, que deixou ainda um motorista ferido após levar um tiro de raspão

    7. Há alguma pista efetiva dos criminosos, além do encontro de veículos e da chácara em que se hospedaram?
    Não, a Polícia Civil informou que a investigação deverá ser longa e o Estado ofereceu recompensa de R$ 50 mil para quem der informações que auxiliem na prisão dos criminosos

    8. Quantos tiros foram disparados pelos ladrões?
    A polícia estima mais de mil, pela intensidade e duração da ação (cerca de uma hora). Foram encontradas 597 cápsulas de balas

    Roubo em Ribeirão Preto

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