Laudo do IML (Instituto Médico Legal) aponta que o repórter fotográfico Rivaldo Gomes, 57, do jornal "Agora" -editado pelo Grupo Folha-, sofreu lesões corporais graves ao ser agredido por banhistas na praia do Boqueirão, em Santos (SP), enquanto fazia fotos para uma reportagem, em 24 de abril.

O documento, assinado pelo legista Rogério Helcias de Souza, servirá como base para que os quatro agressores identificados até o momento sejam indiciados por lesão corporal grave. O laudo aponta que o fotógrafo perdeu parte dos dentes, o que causou a "debilidade permanente da função mastigatória". O repórter fotográfico precisará de um implante dentário. O Grupo Folha arcará com os custos.

"Se fosse lesão leve, ficaria como crime de menor potencial ofensivo, com o registro de um termo circunstanciado, sem inquérito. Quando se fala em lesão corporal grave, passa a ser crime comum a ser investigado", diz o advogado Philippe Alves do Nascimento, do Grupo Folha.

Segundo ele, um processo criminal deve ser aberto, o que levará a uma ação penal contra os suspeitos. A pena em caso de lesão grave é de um a cinco anos de detenção.

Gomes fotografava o movimento na praia quando foi cercado por um grupo, que passou a agredi-lo com socos e chutes. Eles suspeitavam que Gomes havia tirado foto das mulheres dos banhistas. Três suspeitos já prestaram depoimento e negam ter participado do ataque. Um quarto integrante do grupo ainda será ouvido pela polícia.

	Rivaldo Gomes/Folhapress
	Grupo de agressores que espancaram o repórter fotográfico do jornal 'Agora', Rivaldo Gomes