• Cotidiano

    Thursday, 02-May-2024 09:20:18 -03

    Morador de rua é encontrado morto em SP; pastoral vê relação com frio

    THIAGO AMÂNCIO
    DE SÃO PAULO

    22/07/2016 20h13

    Reprodução/Facebook/Julio Lancellotti
    Ainda está aqui o corpo do irmão de rua, rua pe Taddei com Joaquim Carlos.
    Morador de rua que morreu na madrugada desta sexta (22) no Pari, em São Paulo

    Um morador de rua foi encontrado morto na madrugada desta sexta-feira (22) no Pari, região central de São Paulo, após madrugada fria na capital paulista.

    A temperatura mínima média em São Paulo foi de 11,2ºC, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). Na região do Pari, a mínima ficou em cerca de 12ºC.

    A causa da morte de José Laurindo dos Santos, 59, só pode ser confirmada após análise do Instituto Médico Legal. No entanto, o padre Julio Lancellotti, da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo, vê relação com o frio.

    O corpo foi encontrado por moradores da região pela manhã, descoberto e sem sinais de violência. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública.

    Ele era conhecido dos moradores do local, segundo o pároco, e vivia na região havia cerca de dez anos.

    "É responsabilidade da cidade toda", diz o padre. "E o governo tem de dar respostas individualizadas. Não somos todos iguais, e também com a população de rua há aqueles que não conseguem conviver", afirma, referindo-se aos moradores que não procuram abrigos públicos. "Em vez de criar uma tenda para abrigar 300 pessoas, por que não criar dez com capacidade para atender 30?", sugere Lancellotti.

    Em junho, em meio a outra onda de frio e à morte de pelo menos outros cinco moradores de rua, a prefeitura de São Paulo começou a usar tendas para abrigar essa população. A gestão Fernando Haddad (PT) passou a ser criticada por parte de membros da Igreja Católica e movimentos sociais sobretudo após vir à tona denúncias de que guardas-civis recolhiam cobertores de pessoas que dormiam na rua.

    Procurada, a Smads (secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) informou que criou mais de 2.000 vagas em 17 abrigos emergenciais desde 16 de maio, além de outras 10 mil vagas fixas em 80 centros de acolhida pela cidade.

    A gestão Haddad diz ainda que há mais de 3.000 vagas na região da Mooca, onde morreu Santos, e que acolheu 11,3 mil moradores na última madrugada, restando ainda 943 vagas ociosas.

    Há ainda a possibilidade de abrir alojamentos de emergência, se as 12 mil vagas forem insuficientes, diz a prefeitura. A Smads afirma, ainda que realiza abordagens três vezes por dia na região do Pari, oferecendo encaminhamento aos serviços da rede assistencial.

    POR QUE A PROCURA É BAIXA - Apenas metade dos moradores de rua procura abrigos em São Paulo

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024