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    Casas de Safra, Faustão e Doria estão entre as dez maiores de SP

    ANDRÉ MONTEIRO
    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    24/07/2016 02h00

    A fachada, decorada com uma pequena bandeira do Brasil, tem 83 metros de comprimento. Atrás do muro, campo de futebol e quadra de tênis são alguns dos atrativos da mansão de 3.304 m² de área construída onde mora o empresário João Doria, que deve ser oficializado neste domingo candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB.

    Localizada no Jardim Europa, a casa está entre as dez maiores da cidade, em um terreno de 7.031 m². O endereço de Doria também é conhecido pelas reuniões. Muitos políticos são recebidos com frequência na sala de jantar, com parede forrada de quadros de Di Cavalcanti.

    O preço de manter uma casa dessas dimensões em um dos bairros mais caros da cidade é alto: em 2016, foram R$ 285 mil só de IPTU.

    Veja os dados das dez maiores casas da capital

    Já a maior mansão da capital paulista pertence à família do banqueiro Joseph Safra, fundadora do banco de mesmo nome. O empresário foi apontado pela revista "Forbes" em 2016 como o banqueiro mais rico do mundo, com patrimônio de US$ 17,2 bilhões.

    Do lado de fora, tudo o que se vê é um muro enorme, com 254 metros de comprimento e cerca de cinco metros de altura. A vista aérea lembra o Palácio de Versalhes, na França.

    A casa com 130 cômodos, cinco andares e 10.868 metros quadrados em um terreno com o dobro desse tamanho fica no bairro do Morumbi (zona oeste de SP).

    Em 2015, o imóvel foi passado para o nome dos quatro filhos de Safra –no documento, consta que a residência do patriarca da família hoje é Crans-Montana, nos Alpes Suíços. Sobrou para os herdeiros também o IPTU, que, em 2016, chegou a R$ 913 mil.

    Entre os donos das dez maiores mansões da cidade, catalogados em cadastro aberto recentemente pela prefeitura, há outros nomes famosos, como o do apresentador Fausto Silva, o Faustão.

    A maioria dos megaimóveis fica na região do Morumbi, mas há também alguns nos Jardins e Cidade Jardim, todos na zona oeste.

    As ruas onde moram os bilionários de São Paulo não são muito movimentadas. Os poucos que andam pelas calçadas são funcionários das casas, como jardineiros, motoristas e seguranças. A desconfiança é a regra entre os empregados, treinados para evitar sequestros dos patrões, encastelados atrás de muros, câmeras e cercas elétricas.

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    ABANDONO

    De frente para a mansão Safra, a segunda maior casa do ranking é de Edemar Cid Ferreira, ex-controlador do Banco Santos, que faliu e deixou um rombo bilionário.

    Projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, a mansão com fachada de concreto aparente custou R$ 142,7 milhões, segundo a Folha revelou em 2005. Só a mesa de mogno da sala de jantar, para 20 pessoas, consumiu US$ 390 mil (R$ 1,3 milhão).

    A Justiça determinou que o imóvel seja leiloado. E, desde a ordem de despejo de Edemar em 2011, ninguém morou na casa, cujo aspecto de abandono destoa dos demais imóveis da vizinhança.

    A residência de Faustão fica num terreno de 4.635 m², com 3.716 m² de área construída. O local tem academia e campo de futebol, mas é famoso pelo anexo onde o apresentador costuma convidar celebridades para pizzadas.

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    Perto dali, outra mansão do ranking recebeu políticos importantes. Hoje propriedade do empresário do ramo editorial Jorge Antonio Miguel Yunes, chegou a acolher o ex-presidente Juscelino Kubitschek pouco antes de sua morte, em 1976.

    A residência foi erguida pelo industrial Horácio Lafer. Depois, ficou conhecida como "Casa da Manchete", ao ser habitada pela família Bloch, dona da antiga revista de mesmo nome.

    Uma das mansões mais novas da lista pertence a uma empresa da família Constantino, fundadora da Gol. O imóvel fica no bairro Cidade Jardim. O estilo moderno contrasta com o retrô de outra casa entre as dez maiores e que está na mesma rua, de Rolf Baumgart, da família proprietária do Shopping Center Norte.

    Todos os proprietários das dez maiores mansões da cidade foram procurados pela reportagem. Representantes das famílias Ferreira, Constantino, Baumgart, Yonamine e Yunes não foram encontrados. Os outros não quiseram comentar.

    Quando foram construídas as mansões de São Paulo, por década

    Número de mansões segundo a área construída

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