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    mosquito aedes aegypti

    Primeira vacina contra a dengue no país terá preço de até R$ 138 a dose

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    25/07/2016 19h57 - Atualizado às 20h28

    Associated Press
    O mosquito _Aedes aegypti_, transmissor da dengue, zika e chikungunya
    O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya

    A primeira vacina contra a dengue já aprovada no país deverá chegar aos laboratórios privados com preço de até R$ 138,53 por cada dose.

    O valor foi informado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na noite desta segunda-feira (25), após avaliação da Cmed, câmara que regula o mercado de medicamentos. A vacina, a única com registro já aprovado para comercialização no Brasil, é produzida pela farmacêutica Sanofi Pasteur. Ao todo, a vacina tem três doses, que devem ser aplicadas com intervalo de seis meses cada.

    Com a definição do governo, cada dose a ser ofertada em clínicas e hospitais particulares não poderá ter valor maior que R$ 138,53 para o paciente. Em alguns Estados, no entanto, o preço máximo deve ser pouco menor, de R$ 132,76. A diferença ocorre devido às diferentes alíquotas do ICMS no país.

    Governo federal, Estados e prefeituras, por sua vez, devem adquirir o produto a um preço menor devido à lei que determina desconto obrigatório nestes casos, informa a Anvisa.

    Além da Sanofi, que já teve o registro da vacina aprovado, outros três institutos e empresas pesquisam vacinas contra a dengue: Butantan, Takeda e Bio-manguinhos/Fiocruz (em parceria com a GSK).

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

    REDUÇÃO NO PREÇO

    As discussões sobre o preço máximo da vacina ocorrem desde o início deste ano. Em maio, o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, chegou a divulgar a gestores de saúde que a estimativa inicial era que o preço-teto fosse de até R$ 400 a dose, semelhante ao da vacina contra o HPV.

    Após o encontro, o valor passou por novas análises. Em geral, medicamentos novos no mercado têm seus preços definidos com base em dois critérios: o menor preço em outros países e custo de tratamento com medicamentos utilizados para a mesma indicação terapêutica.

    Em, nota, a Anvisa informa que "a vacina contra a dengue da Sanofi trouxe um desafio à Cmed, pois se trata da primeira vacina desenvolvida contra a doença, ou seja, não há alternativa com a qual possa ser comparada". Outro impasse, segundo a agência, é que a vacina não foi lançada em nenhum dos países cujos preços são usados como referência. "Assim, os critérios de precificação estabelecidos pela Cmed não são aplicáveis à vacina contra a dengue, cujo ineditismo demandou a discussão de um novo racional de precificação", completa.

    A oferta da vacina da Sanofi no mercado é vista com ressalvas por especialistas do setor. Isso porque os índices de eficácia são considerados baixos –a média é de 66% para os quatro tipos de vírus da dengue. O produto também é indicado apenas para pessoas entre 9 e 45 anos, o que exclui crianças e idosos, considerados mais vulneráveis a complicações da doença. Já a empresa alega que a vacina ajuda a evitar até oito em cada dez internações por dengue.

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