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    Linha de ônibus de Perus à Lapa é a que mais sofre assaltos em São Paulo

    FABIO PAGOTTO
    DE SÃO PAULO

    27/07/2016 02h00

    Das cinco linhas de ônibus municipais que mais sofrem assaltos de janeiro a junho em São Paulo, três fazem ponto final na Lapa, zona oeste da cidade, e têm um trecho da rodovia Anhanguera como ponto em comum no trajeto.

    São elas: 8055-10 (Perus-Lapa), 8040-10 (Jardim Sol Nascente-Lapa) e 8050-10 (Parque Morro Doce-Lapa). Dados da SPTrans, órgão da administração Fernando Haddad (PT) que gere o transporte público em São Paulo, mostram que no primeiro semestre deste ano aconteceram 143 assaltos a ônibus na capital.

    A linha do itinerário Perus-Lapa é a mais perigosa da cidade, com sete casos de roubos. Essa linha foi a recordista em todo 2015, com 31 assaltos.

    Segundo motoristas, cobradores e passageiros das linhas da Lapa, os assaltos acontecem no trecho entre os km 15 e 23 da Anhanguera. O principal alvo dos ladrões são telefones celulares. A viação Santa Brígida, que opera os três trajetos, confirma a informação.

    Os assaltantes operam em grupos de duas ou três pessoas. Fingindo-se de passageiros, eles pedem para o ônibus parar. Quando embarcam, um rende o motorista e pede para que ele dirija lentamente. Os outros passam recolhendo em sacolas pretas os celulares e dinheiro dos passageiros. "É rápido. Sobem, anunciam o assalto e levam tudo entre um ponto e outro", disse um motorista que pediu para não ser identificado.

    O horário preferido pelos assaltantes é depois das 21h, quando os coletivos não estão mais lotados, o que facilita a ação. "É a gangue da sacola preta. No começo do mês levaram meu celular e R$ 20. É a segunda vez que isso acontece", disse a auxiliar administrativa Tatiana Osório Silva, 27 anos, que mora no Jardim Sol Nascente.

    "Levaram o telefone do meu filho e R$ 15 há duas semanas. Ele já tinha sido assaltado do mesmo jeito no ano passado", disse a empregada doméstica Sebastiana Silva, 52 anos, que mora no Parque Morro Doce.

    Comparado com 2015, o total de casos caiu –no primeiro semestre, foram 287 roubos. A viação Santa Brígida, operadora das linhas 8055-10, 8040-10 e 8050-10, com ponto final na Lapa (zona oeste), afirmou por nota estar ciente dos assaltos. "A única coisa que podemos fazer é abrir um boletim de ocorrência para que a polícia tenha mais dados para a investigação", disse a empresa.

    A Secretaria da Segurança Pública, da gestão Alckmin (PSDB), afirmou que cinco pessoas foram presas por roubos em ônibus na região oeste, em que ocorrem a maioria dos assaltos às linhas, mas não disse quando.

    "A secretaria atua em conjunto com a Secretaria Municipal dos Transportes para combater os roubos em coletivos", disse o órgão, em nota. Afirmou ainda que a Polícia Militar "realiza policiamento preventivo com base nos registros de ocorrências, que permitem o planejamento dos itinerários".

    A secretaria disse também que a PM Rodoviária faz operações em conjunto com o batalhão da área a fim de coibir roubos em pontos de ônibus e veículos de transporte coletivo de passageiros na rodovia Anhanguera.

    A SPTrans, da gestão Fernando Haddad (PT), afirmou que colabora com a inteligência da PM informando sobre ocorrências registradas no interior dos ônibus, para ajudar no trabalho de planejamento do policiamento.

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