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    Delegada critica demora de família de sequestrada e pressa da imprensa

    LEANDRO MACHADO
    DE SÃO PAULO

    01/08/2016 00h27

    Nelson Antoine/Folhapress
    Aparecida Schunck abraça a filha Fabiana na chegada ao DHPP, região central de São Paulo
    Aparecida Schunck abraça a filha Fabiana na chegada ao DHPP, região central de São Paulo

    Em entrevista na noite deste domingo (31), a delegada Elisabete Sato, chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil de SP, criticou a demora da família de Aparecida Schunck, 67, de comunicar o sequestro dela. A policial também atacou a divulgação do sequestro por alguns veículos da imprensa antes de sua conclusão –esse não foi o caso da Folha.

    Após nove dias em cativeiro, Aparecida foi resgatada pela polícia na noite deste domingo (31). Ela era mantida em um imóvel em Cotia, na Grande São Paulo. Dois homens foram presos no local. Aparecida foi sequestrada na noite do dia 22 de julho, no bairro de Interlagos, zona sul de São Paulo. O resgate não foi pago.

    "Quando há casos de extorsão mediante sequestro, o importante é que, de pronto, se solicite o assessoramento da divisão de sequestro. Nós soubemos desse possível sequestro no próprio dia, na sexta [22], por volta das 18h30 e o fato tinha ocorrido em torno de 12h20", afirmou Sato. "Veja que houve um lapso temporal bastante importante que poderia atrapalhar [as investigações]", completou a delegada.

    Reprodução/Facebook
    Fabiana Flosi e Aparecida Schunck, sogra do empresário da F-1 Bernie Ecclestone
    Fabiana Flosi e Aparecida Schunck, sogra do empresário da F-1 Bernie Ecclestone

    A delegada também fez dura crítica aos veículos da imprensa que divulgaram o sequestro antes de sua conclusão –disse que a publicização "atrapalhou sobremaneira as investigações".

    "Nós sempre tivemos aqui em São Paulo um 'link' muito estreito com a imprensa, principalmente em relação a extorsão mediante sequestro. A gente sempre conversou e nunca foi divulgado nada. Neste caso, não sei por quê, houve um interesse maior em se revelar", afirmou Sato.

    "E isso, eu tenho que dizer, atrapalhou sobremaneira as investigações e a forma como nós estávamos trabalhando. Nós tivemos que criar uma nova fórmula para ter esse sucesso. Porque vazamento antecipado com vítima em cativeiro, o resultado não poderia ser esse de hoje [de libertação da vítima]. Poderia ser um outro, completamente diferente."

    A Folha acompanhou o desenrolar desse sequestro desde o início, mas nada divulgou em respeito às normas de seu "Manual da Redação". O jornal pode decidir omitir uma informação se ela colocar em risco a segurança pública, uma pessoa ou uma empresa. A divulgação é feita somente com a autorização dos familiares das vítimas ou após a conclusão do caso.

    Sequestro e cárcere privado - Por Estado, em 2013

    Sequestro e cárcere privado - Total, por ano

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