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    Projeto prevê restaurantes, estação de trem e 4 pontes em nova Ceagesp

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    03/08/2016 02h00

    Ceagesp
    Varejao de final de semana 15_11_2008 Foto: Ceagesp ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Varejão de final de semana na Ceagesp

    Uma passarela com visão para os estandes de venda de frutas, uma nova estação de trem e um espaço para restaurantes. Essas são as primeiras propostas de um grupo de comerciantes paulistanos para o projeto de criação de uma nova Ceagesp em Perus, zona norte de São Paulo.

    A ideia, ainda embrionária, é criar uma estrutura para receber produtores agrícolas e compradores, aos moldes da atual Ceagesp, na Vila Leopoldina, na zona oeste. A criação de um novo entreposto na cidade é apoiada pela gestão Fernando Haddad (PT), que quer revitalizar a região da Vila Leopoldina.

    Para que o empreendimento dê certo, no entanto, o grupo de comerciantes que conduz o projeto terá que convencer outros permissionários a bancarem um investimento de R$ 5 bilhões necessário para a mudança, incluindo uma série de intervenções viárias, como quatro pontes e acessos à rodovia dos Bandeirantes.

    Os comerciantes que se opõem à mudança alegam que o custo é muito alto e que não compensaria diante de investimentos já feitos na Vila Leopoldina. Outros pedem a autogestão da atual área.

    Inicialmente rejeitada pela nova direção da Ceagesp, a ideia acabou recebendo aval de Blairo Maggi, ministro da Agricultura do governo Temer (PMDB). A prefeitura discute dar benefícios à União, responsável pela companhia, caso a mudança ocorra em até cinco anos.

    A Ceagesp diz que pretende incluir todos os envolvidos na operação do entreposto da Vila Leopoldina no projeto. Segundo a administração, a criação de um novo empreendimento em Perus não invalida a permanência do atual, na zona oeste da cidade.

    DESENHO

    Os produtores favoráveis à mudança ainda não dispõem de um projeto executivo para o terreno que já foi adquirido em Perus, às margens da rodovia dos Bandeirantes. No entanto, contrataram do escritório de arquitetura Marcos & Farina um plano de viabilidade –ao qual a Folha teve acesso– que aponta para a construção de 2,2 milhões de m² de área útil, superior à do parque Ibirapuera.

    O estudo de viabilidade feito para a compra do terreno, dizem os proponentes, não é o desenho final de um novo entreposto, mas ajuda a entender quais seriam as possibilidades de uso da área. Até o desenvolvimento de um projeto executivo, a Prefeitura de São Paulo terá que verificar se é possível a instalação do estabelecimento no local e propor alterações e compensações locais.

    O coração do novo empreendimento seria uma área de 630 mil m² voltada à negociação de frutas, vegetais e hortaliças. Cercada por uma via circular de 3,5 km de extensão, a área poderá comportar até um shopping, segundo seus idealizadores.

    Também se estuda a construção de uma passarela para que os visitantes possam ter uma visão aérea dos estandes dos comerciantes. Ao lado da área principal está previsto o setor turístico. A intenção é receber restaurantes tais como os do Mercadão do centro de São Paulo.

    Em outro ponto do terreno, a proposta é a construção de uma nova parada de trem na linha 7-rubi, da CPTM, entre as estações Perus e Caieiras. A nova estação teria como objetivo levar os 30 mil trabalhadores estimados no local.

    Outra função seria a de servir como rota de escoamento ferroviário das mercadorias até o porto de Santos. Uma área anexa serviria ainda de grandes armazéns, para dar vazão às vendas no atacado.

    No lado oposto à rodovia dos Bandeirantes, haverá espaço para abrigar produtores de cereais e peixes. Outras propostas são a criação de área com serviços para caminhoneiros e uma cooperativa, voltada para reaproveitar sobras de mercadorias negociadas no entreposto.

    Para saber na fila

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    Raio-X de Perus

    IDHM SP 0,786

    População 80 mil

    Área 24 km2

    Densidade demográfica 3.355 hab/km2

    Como é hoje A Ceagesp é administrada pelo governo federal, que é dono do terreno

    O que parte dos comerciantes quer Uma gestão privada, em um terreno particular

    Em que fase está Após pedido do grupo de comerciantes, a União estuda a mudança

    Quanto vai custar As projeções são de R$ 4 bilhões, ao longo de 5 a 7 anos

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    REVITALIZAÇÃO DA VILA LEOPOLDINA

    A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta terça-feira (2) a intenção de um grupo de investidores de revitalizar uma área privada na Vila Leopoldina, entre o terreno da Ceagesp e o parque Villa-Lobos, na zona oeste da cidade.

    A proposta é que uma parceria entre a Votorantim, a SDI Desenvolvimentos Imobiliários, a BV Empreendimentos e a Urbem (Instituto de Urbanismo e Estudos pela Metrópole) crie um "novo bairro" de uso múltiplo na área de cerca de 110 mil metros quadrados.

    A área de interesse abriga hoje prédios industriais em processo de desativação. A própria Votorantim é dona de 30 mil metros quadrados do terreno. A prefeitura deverá nos próximos quatro meses analisar as propostas do grupo de investidores. Após esse período, o projeto será levado à consulta pública.

    Os investidores poderão explorar diferente tipos de empreendimentos no local, desde que se comprometam a cumprir certas diretrizes urbanísticas da prefeitura, como a construção de moradia social. Segundo a legislação municipal, pelo menos 10% do terreno será voltado à moradia de famílias de baixa renda.

    A ideia é que essas casas sejam destinadas a famílias que atualmente vivem na região, como a favela da Linha e a favela do Nove. Como contrapartida, os investidores conseguirão ter mais flexibilidade com as regras de uso de solo e tamanho de seus prédios construídos, por exemplo.

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